sábado, 31 de janeiro de 2009
10 razões para não se gostar de amor
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
All together now
O meu andrógino preferido continua, no entanto, a ser o magnífico Tim Curry no Rocky Horror Picture Show, o filme mais série B, mais pindérico e mais fascinante de sempre. Deixo também um videozinho para ilustrar, mas ver o filme é que tem graça. Se se tiver a oportunidade de o ver no cinema, ainda mais, porque é um verdadeiro rega-bofe - as pessoas levantam-se das cadeiras, dançam e cantam. Verdadeiramente maravilhoso. Aliás, tenho muita pena que não haja versões sing-a-long de nenhum filme em Portugal, ou em Lisboa (eu, pelo menos, nunca ouvi falar, só as conheço de Inglaterra). O que eu gostava, o que eu adorava poder ir ver um filme ao cinema, o Rocky Horror, a Música no Coração, o sumptuoso Yellow Submarine (vi-o na Cinemateca no passado fim de semana e tive de me conter para não cantar as músicas todas a plenos pulmões, estava tão contente!), e toda a gente a cantar, como no Fame, era tão bom... porque é que isso nunca acontece.
Sweet Transvestite - Tim Curry
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Livros middleweight
Eu e o meu pai discutimos este assunto algumas vezes por termos, aqui, opiniões algo distintas. O meu pai tem alguma (eufemismo - tem até mesmo muita) alergia a estes "middleweights", mas até os desculpa se neles vislumbrar um propósito social ou político que considere louvável. Eu, porém, não desculpo nada e não quero saber. Se a literatura puder ter, efectivamente, o tal propósito social e político louvável, melhor. Sou absolutamente a favor, e só me faz gostar ainda mais do livro/escritor. Mas, se não tiver, não afecta o valor literário da obra. É aqui que, modestamente, concordo com Harold Bloom (que, como é sabido, nem sequer dormiria se soubesse que eu não concordo com ele), quando, no Cânone Ocidental, sublinha que é o valor estético da obra que perdura e que a torna um monumento, inesquecível e resistindo ainda e sempre ao invasor, que é o passar do tempo. O progenitor, por seu lado, fica um bocado irritado com este "lado conservador" de Bloom, mas eu não.
Os livros middleweight (que eu leio e gosto de ler, não vem mal nenhum ao mundo por isso) favorecem, fundamentalmente, o leitor preguiçoso, e é por isso que não os vejo com grande simpatia. Favorecem aquele leitor inteligente, que se aborrece com Paulo Coelho, por exemplo, mas que não tem pachorra para se aventurar no Guerra e Paz (ou, vá lá, no Idiota ou no grande, incomensurável Crime e Castigo), e então fica-se por coisinhas assim, "The Curious Incident...", arrisca um Bret Easton Ellis, que é um middleweight mais puxado (eu gosto do Bret, por acaso gosto), umas coisas bonitinhas e comoventes tipo Kite Runner (mais uma vez, se estiver a ser injusta, mea culpa), um Paul Austerzito, umas coisas assim.
Se não se passar disto, é verdadeiramente uma pena, porque é muito importante conseguirmos um termo de comparação e perceber que os middleweights são muito aceitáveis, mas nada nos poderá dar tanta felicidade, como leitores e como seres humanos, como ler um verdadeiro e absoluto monumento, daqueles que encerram uma verdade essencialíssima sem a qual, a partir do momento em que a descobrimos, não vamos conseguir viver.
E é isto, acho que não tenho mais nada a dizer.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Magníficas bizarrias da língua portuguesa, e: Uma Defesa do Uso de "Pá"
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Sobre a "opinião"
Ouvi-o e pensei: "é isto. É isto, é isto. A partir de agora, posso respeitar toda a gente à vontade, mas não quer dizer que tenha de respeitar opiniões miseráveis".
E, de facto, este pequeno raciocínio de Savater tem sido crucial na minha vida, e tem até contribuído para aumentar a minha qualidade da mesma, porque assim irrito-me menos com as pessoas, ao lembrar-me de que toda a gente é respeitável.
Nada acontece ao homem que ele não seja por sua natureza capaz de suportar. Sucedem a outros os mesmos acidentes e, ou porque ignoram que eles sucederam ou porque desejam mostrar-se fanfarrões, mantêm-se firmes e nada de mal lhes acontece. Estranha coisa, serem a ignorância e a presunção mais fortes que a sabedoria!
Eu acho que Marco Aurélio tinha toda a razão, e até acrescentaria, "estranha coisa, e mal feita, serem a ignorância e a presunção mais fortes do que a sabedoria." É a minha opinião.
Silêncio
"O Grande Silêncio" é o primeiro filme sobre a vida interior da Grande Chartreuse, casa-mãe da Ordem dos Cartuxos, uma meditação silenciosa sobre a vida monástica. Dezassete anos depois de ter pedido autorização para filmar no mosteiro, é dada autorização para entrar ao realizador, que filmará a vida interior dos monges cartuxos. Sem música à excepção dos cânticos do mosteiro, sem entrevistas, nem comentários, ou artifícios. Evocam-se unicamente a passagem do tempo, das estações, os elementos repetidos incessantemente durante o dia ou as orações. Um filme sobre a presença do absoluto e a vida de homens que dedicam a sua existência a Deus. O filme ganhou os Prémios de Melhor Documentário no Festival de Sundance e nos Prémios Europeus do Cinema. (CineCartaz - Público)
Perdi-o quando estreou, mas penso que foi lançado em DVD.
Tenho de o ver. Para fugir às opiniões. Um pouco de silêncio seria bom. Que me metam entre cobertores e não me façam mais nada. A menina dorme (ou pensa), sossegadita.
sábado, 24 de janeiro de 2009
As bruxas, eu creio nelas
Esta é a edição portuguesa, que recordo como fabulosa, publicada pela Afrodite, editora que publicava livros giríssimos - a par de La Sorcière, tinham também o Livro de S. Cipriano, por exemplo, mas com um prefácio à maneira, tudo bem contextualizado, além de, graficamente, terem o cuidado de produzir edições muito interessantes - encontrei, aliás, um blog, aqui, sobre as mesmas edições, de onde retirei a fotografia acima. Continuando, "A Condessa Sanguinária" fez-me lembrar La Sorcière porque, nesta última obra, Michelet explica como aquelas mulheres que iam parar à fogueira por bruxaria eram, na sua maioria, camponesas desprotegidas (sobre as quais recaía, por vezes, a inveja da mulher do senhor das terras) e, em segundo lugar, eram mulheres pobres a quem o estudo e o conhecimento académico era vedado, mas que não deixavam de ser profundamente inteligentes, o que as tornava atentas à natureza; sabiam fazer mezinhas, utilizar plantas medicinais, curar algumas maleitas, enfim, conseguiam conhecer o mundo autonomamente, passando a ocupar o papel de médico da aldeia e a ocupar também uma posição perigosamente poderosa e proeminente nas suas comunidades, rivalizando com a nobreza. É claro que Erzsebet não estaria nesta posição, uma vez que era uma aristocrata rica e latifundiária, mas há aqui um certo paralelismo - a bruxaria, o desvio dos costumes e da convenção (no caso de Erzsebet, este desvio é levado ao extremo e resulta na perversão e no crime), a marginalidade acabam por conferir uma certa liberdade a uma classe que, quer na sua variante depauperada, quer na sua versão opulenta, era, efectivamente, oprimida e/ou minimizada - as mulheres.
Gostei muito de ler "A Condessa Sanguinária", adorei o facto de me ter lembrado Michelet (nota para dizer que, na mesma esplanada onde me deram "Head and Shoulders", deram-me igualmente a Literatura e o Mal, de Bataille, que, para grande júbilo meu, tem um capítulo dedicado a Michelet, que ainda não li por não ter chegado lá, mas que hei-de ler); contudo, convém relevar, ressalvar e sublinhar que nunca por nunca poderei alguma vez admirar esta Bathory maluca que matava gente, nem o meu propósito neste post foi, de algum modo, apresentá-la como mulher emancipada avant la lettre. Convém que isto fique claro, porque para mim o terror só funciona nos filmes, mesmo. Mas reiterar que vale muito a pena ler este "Condessa Sanguinária" de Valentine Penrose, escritora que ainda por cima vem da escola do Surrealismo, acho eu, de modo que a sua escrita é estranha, quase poética e bizarra, predicados que funcionam bem, quanto a mim.
Sempre esta sensação de que estou a perder
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Massacre das Teclas
F. Scott, já te tenho dito que não é bonito andar a invejar
Gajo com pintarola: Johnny Cash
Também deixo aqui uma das minhas absolutas favoritas de Johnny; não deixo o vídeo porque é imensamente foleiro, cheio de celebridadezinhas a quererem ser "fixes" e a fingir que cantam a música, para ver o seu nome associado postumamente a Johnny Cash. Deixo só a lindíssima, épica canção que reza "tell them that God's gonna cut them down" (a letra é de uma sonoridade, de uma imagética espantosa, acho eu - I've been down on bended knee, talking to the man from Galilee, he called my name and my heart stood still, for he said, John, go do my will).
Gods Gonna Cut You Down - Johnny Cash
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Hello Kitty vs Dartacão
DArtacao e os Tres Moscaoteiros -
I loooooove Serge
Conversas de café - II
- Ah, e como é que fez?
- Pois é, resolveu-se o problema.
Que giro, quando ouvi esta conversa percebi que há pessoas que não sabem para que servem autocarros. Devem olhar para eles e pensar "ah, lá vão aqueles veículos grandes, com tanta gente lá dentro, aquilo será para quê? Será que vão levar imigrantes até à fronteira com Espanha e deixá-los lá? Deve ser isso, deve"
Conversa de café
(esforçando-se por exarcebar a falsa modéstia, mas não enganando ninguém relativamente ao contentamento que o elogio lhe provocou) - Tou gira? Ai, não percebo como, o cabelo a precisar de ser arranjado, todo despenteado, com o vento... mas já é a segunda pessoa que me diz que eu tou gira, não sei com'isso é... (sorrisinho disfarçado)
- Pois. Também não vinha cá há tanto tempo, se calhar é isso...
- É, mas eu gosto de cá vir, vir cá ver vocês.
- Pois.
- Tive uma manhã tão complicada, ai.
- Ah...
- Então, convida-me uma colega para ir com ela ali à Junta de Freguesia, qu'ela tinha qu'ir tratar dum cartão pá filha. E eu disse, vamos lá, então. Chegamos cá abaixo, vai ela, vê que são horas de almoço, mete-se no carro e diz-me assim, ó X, olha, eu agora não te posso ir levar lá acima!
- Ah, teve de ficar cá em baixo... olha...
- Pois é, fiquei cá em baixo! Mas isto tem algum senso? É que eu acho que não, não tem senso! Para mim não tem senso, né.
-Pois. Oh, também deixe tar, fique aí a almoçar.
- Tá bem, mas agora tenho de ir a pé lá p'ra cima, vou chegar atrasada e tudo...
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Songs for Drella
E é isto, hoje não tenho grande coisa a dizer, nem a escrever e nem a pensar. As terças-feiras matam-me.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Personagens literárias mais cool de sempre - II
James Kaatz (aka Jay Gatsby), directed by F. Scott Fitzgerald in The Great Gatsby
For his brilliant rendering of a man torn between a shallow life of parties and public acknowledgement and a hidden, secret love which ultimately leads to his destruction and shatters his identity; for being mysterious, loyal, dedicated and ultimately a "poor son of a bitch", the Academy is proud to present the nominee for Best Male Character in a Leading Role: Jay Gatsby
Edmund, directed by William Shakespeare in King Lear
É só votar.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Tempestade no Chapitô
Vale mesmo muito a pena. Grande encenação, grande trabalho de representação. O próprio Shakespeare gostaria deste espectáculo, acho eu. De facto, ver Shakespeare encenado é perceber verdadeiramente a razão pela qual este dramaturgo é grande (o maior) entre os grandes. A universalidade, a versatilidade, a beleza das peças são uma constatação, um sofisma inegável, e este espectáculo, visual, físico, é disso demonstração. Em Shakespeare, de facto, está tudo: o teatro, a ilusão, a vida (curiosamente, é em Tempest que Prospero declara o verdadeiro e belo we are such stuff as dreams are made on; and our little life is rounded with a sleep - estará ele a falar da vida, do teatro ou dos dois?).
sábado, 17 de janeiro de 2009
Exílio
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Duas coisas insignificantes que me irritaram levemente
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
The time has come to talk of many things: of shoes and ships and whether pigs have wings (post parvo)
E foi esta conclusão brilhante que retirei de um tão simples acto cometido num dia chuvoso, que foi ouvir Alice de Tom Waits, e que demonstra igualmente que, nos dias em que insistimos em escrever posts apesar de não termos nem uma única ideia de jeito nem nada para dizer, inventamos as parvoíces mais maribolantes para que saia qualquer coisa do teclado. Desculpe qualquer coisinha.
He's dreaming now,' said Tweedledee: `and what do you think he's dreaming about?'
Alice said `Nobody can guess that.'
`Why, about YOU!' Tweedledee exclaimed, clapping his hands triumphantly. `And if he left off dreaming about you, where do you suppose you'd be?'
`Where I am now, of course,' said Alice.
`Not you!' Tweedledee retorted contemptuously. `You'd be nowhere. Why, you're only a sort of thing in his dream!'
`If that there King was to wake,' added Tweedledum, `you'd go out -- bang! -- just like a candle!'
`I shouldn't!' Alice exclaimed indignantly. `Besides, if I'M only a sort of thing in his dream, what are YOU, I should like to know?'
`Ditto' said Tweedledum.
`Ditto, ditto' cried Tweedledee.
He shouted this so loud that Alice couldn't help saying, `Hush! You'll be waking him, I'm afraid, if you make so much noise.'
`Well, it's no use YOUR talking about waking him,' said Tweedledum, `when you're only one of the things in his dream. You know very well you're not real.' (rio-me sempre com esta afirmação peremptória de Tweedledum, como se estivesse a dizer uma coisa muito normal, do estilo, "sabes muito bem que tens de ir à escola" ou algo semelhante).
`I AM real!' said Alice and began to cry.
`You won't make yourself a bit realler by crying,' ("a bit realler", outra pérola) Tweedledee remarked: `there's nothing to cry about.'
`If I wasn't real,' Alice said -- half-laughing though her tears, it all seemed so ridiculous -- `I shouldn't be able to cry.'
`I hope you don't suppose those are real tears?' Tweedledum interrupted in a tone of great contempt.
`I know they're talking nonsense,' Alice thought to herself: `and it's foolish to cry about it.' So she brushed away her tears, and went on as cheerfully as she could. (aqui está, vontade indómita de existir; não há qualquer argumento racional e lógico para a existência, ou se há, Alice não o consegue encontrar. Descartes, dá cá um saltinho que tens de vir resolver isto).
Aproveito para dizer que a edição que tenho da Alice é muitíssimo boa, "The Annotated Alice", edição crítica de Martin Gardner, publicada pela Penguin, e com os lindíssimos desenhos originais de Tenniel. Vale muito a pena, para todos os fãs da querida Alice. A maravilha da Internet também me informou de que Tim Burton está a preparar a sua versão cinematográfica da obra de Lewis Carrol, o que me deixa em grande expectativa, uma vez que, fã de Burton que sou, não consigo lembrar-me de ninguém melhor para levar Alice ao silverscreen.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
(outra) Gaja que faz o meu estilo: PJ Harvey
Parabéns a você
Hoje, o shuffle também passou por eles (Contentores, Casinha, Homem do Leme. A minha preferida continua, porém, Circo de Feras, chique a valer, como se diria n'Os Maias).
Quando era pequena, não gostava assim muito de Xutos. O meu irmão é que gostava, e uma vez obrigou-me a ouvir a sua recitação da letra de "Chuva Dissolvente", uma música que, à semelhança das músicas de Frutuoso França que fizeram a infância de Lobo Antunes e sobre as quais o mesmo escritor escreveu no Primeiro Livro de Crónicas, tem muita moral, segundo o meu irmão. Mais tarde, fomos a um grande concerto chamado Portugal ao Vivo, onde os Xutos tocaram, e foi inesquecível. É claro que para isto também contribuiu o facto de, em vez de bailarinas, terem arranjado umas strippers para abrilhantar o show e deixar toda a gente siderada, mas a música em si (sim, que os Xutos também a tocaram) foi uma animação.
Pequenos, minúsculos, pormenores
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
You're living for nothing now, I hope you're keeping some kind of record
I'm writing you now just to see if you're better
New York is cold, but I like where I'm living
There's music on Clinton Street all through the evening.
I hear that you're building your little house deep in the desert
You're living for nothing now, I hope you're keeping some kind of record.
Yes, and Jane came by with a lock of your hair
She said that you gave it to her
That night that you planned to go clear
Did you ever go clear?
Ah, the last time we saw you you looked so much older
Your famous blue raincoat was torn at the shoulder
You'd been to the station to meet every train
And you came home without Lili Marlene
And you treated my woman to a flake of your life
And when she came back she was nobody's wife.
Well I see you there with the rose in your teeth
One more thin gypsy thief
Well I see Jane's awake --
She sends her regards.
And what can I tell you my brother, my killer
What can I possibly say?
I guess that I miss you, I guess I forgive you
I'm glad you stood in my way.
If you ever come by here, for Jane or for me
Your enemy is sleeping, and his woman is free.
Yes, and thanks, for the trouble you took from her eyes
I thought it was there for good so I never tried.
And Jane came by with a lock of your hair
She said that you gave it to her
That night that you planned to go clear
Sincerely, L. Cohen
Saiba tudo o que sempre quis saber. Os Beatles respondem.
1. És homem ou mulher? Her Majesty
2. Descreve-te: I am the Walrus
3. O que as pessoas acham de ti? Lovely Rita (optimisticamente falando)
4. Como descreves o teu último relacionamento? A Hard Day's Night
5. Descreve o estado da tua actual relação: You never give me your money
6. Onde querias estar agora? Strawberry Fields (Forever)
7. O que pensas do amor? A Day in the Life
8. Como é a tua vida? Fool on the Hill
9. O que pedirias se pudesses ter um só desejo? Please please me
10. Escreve uma frase sábia: Tomorrow Never Knows