quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Linha do horizonte

Há alguns dias, vi na televisão um documentário sobre John Ford, onde Steven Spielberg participava numa pequena entrevista. Disse Spielberg que conheceu Ford quando ainda era um adolescente já aspirante a realizador. John Ford concedera-lhe 1 minuto do seu precioso tempo e mandou Spielberg olhar para uma série de quadros (acho que de Turner, como um destes que pus aqui, mas não tenho a certeza; o outro quadro que figura aqui é de Renoir) e perguntar-lhe o que tinha a dizer daquilo. Spielberg fico algo atrapalhado, e Ford mandou-o olhar para a linha do horizonte em cada quadro que via. "Onde é que está a linha do horizonte neste quadro? Em cima, a meio ou em baixo?", perguntou o velho realizador, que já na altura, ao que parece, era irascível e intimidante. "Em baixo", respondia Spielberg, ou "em cima". Não havia nenhum quadro em que a linha do horizonte estivesse a meio.
"Quando souberes a diferença ente colocar a linha do horizonte em cima ou em baixo, e não ao meio, serás um grande realizador", foi a avisada e peremptória sentença de Ford a Spielberg. Está mesmo muito boa, esta, achei eu. Fui ver uma data de quadros, e tenho prestado atenção à linha do horizonte nos filmes que vejo, e de facto está mesmo bem visto.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda ontem estive a falar com o meu pai sobre esse documentário. Que bom serão passei a ouvir tantas pessoas que admiro.
Um beijinho e até amanhã.

ecila disse...

Sério? Muito interessante, muito mesmo... vou estar atenta