quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

(outra) Gaja que faz o meu estilo: PJ Harvey

Hoje estou imensamente musical, e por isso não me posso esquecer de falar aqui da grande PJ, que eu adoro, adoro, adoro.

É tão desavergonhada, esta mulher, mas no bom sentido. Quando a comecei a ouvir, a sensação que tinha é que ela dizia coisas que eu tinha vergonha de dizer, e por isso é que digo que ela é uma desavergonhada e que isto é um elogio.

A raiva, a frustração amorosa e existencial, o desconforto com coisas de nada, ou com coisas muito importantes, um universo meio surreal e onírico, umas coisas vindas da literatura (consigo lembrar-me, precisamente, de uma cançãozinha chamada Catherine, correcção, Wind - estas duas canções são do mesmo álbum, confundo - sobre o meu Wuthering Heights, mas toda à rock, não a coisa melosa da Kate Bush, que eu por acaso também gosto), letras como I can't believe life is so complex, when I just want to sit here and watch you undress (este verso faz-me sempre rir, acho imensa piada a isto) e um visual estranho, que consegue provar que ser feia, às vezes, é ser imensamente bonita. Da mesma forma que há homens feios bonitos, sobre os quais também já escrevi aqui, também há mulheres feias lindas, como é o caso da PJ, quanto a mim.

Continua, Polly Jean, que eu preciso de ti. E, olha, já agora, volta a namorar com o Nick Cave. Faziam um casalinho tão bonito, os dois.

3 comentários:

Anónimo disse...

Olha, não a acho nada feia. Pelo contrário, uma delicinha de menina. Não tanto como a Kate Bush, mas ainda assim prefiro-a, embora também goste da Bush. Ainda hoje a ouvi, à Bush, e ouvi precisamente a Wuthering Heights, e mais a Babooshka, e mais a Running up that hill. Da PJ, se tivesse ouvido algo, teria sido a There will never be a better time. Acho que vou ouvi-la. Sim.
(e sim, ela com o nick era uma delícia de parzinho musical. Aquele vídeo com os dois, da Henry Lee, é um fofo)

Zorze disse...

Grande PJ. Tive o grande prazer de a ver uma vez. Começou com uma das músicas em que ela entra sozinha (não me lembro o nome, mas é quase de certeza do Rid of Me) e até deu arrepios.
E concordo com o conceito das mulheres lindas feias. Nessa categoria colocaria ainda a Uma Thurman, com o cabelo meio à Beatriz Costa do Pulp Fiction.
J.
P.S. - Caetana, a I. deu-me a morada da tua rua. Está convidada a passar aqui pelo quintalinho.

Rita F. disse...

Luís, diria mesmo mais, é fofinho e queriducho. A Polly Jean e o Nick Cave também são assim, super fofinhos e queridos e uma delícia. Por isso é que a gente gosta deles.
Zorze, Uma Thurman no Pulp é bom exemplo, e então e aquela dos filmes do Almodovar com o narigão, a Rossi de Palma? Aquela mulher tem cara de trovão, mas é tão gira, como é que é possível...ainda bem que é possível.