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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Umas notinhas sobre uns documentários que tenho visto


Há pouco tempo, vi na televisão o filme, presumo que mais ou menos ficcionado, sobre Grey Gardens, uma casa decadente nos Hamptons onde viviam Big Edie e Little Edie, mãe e filha, dementes, doces e completamente afastadas do mundo. Conheci-as ao ver o documentário dos irmãos Maysles, que me impressionou muito, e sobre o qual escrevi aqui; vi também, há relativamente pouco tempo, um outro documentário destes realizadores sobre os Beatles (The Beatles - The First US Visit) que, incrível e supreendentemente, me desapontou.
Estes documentários, tal como o recente Fantasia Lusitana de João Canijo, recusam muito claramente a voz off e vão mais longe - recusam entrevistas com possíveis "especialistas" a opinar sobre o assunto, deste modo evitando quaisquer cortes entre o espectador e o objecto a documentar. É o objecto que tem a única voz do filme, inteira e ininterrupta. Quando este objecto consiste em duas senhoras divertidas e com uma vida tão estranha e inimaginável como as Edies, corre tudo bem. Quando o objecto consiste num país que sofre do tal irrealismo prodigioso, também corre tudo bem. Então, porque é que não resulta com os Beatles?
Porque a única coisa que decorre de um documentário filmado nos anos 60 e que se limita a filmar os Beatles em todas as ocasiões possíveis é o facto de se tornar penosamente óbvio que nenhum dos quatro elementos da banda estava alguma vez sozinho, ou tinha tempo para reflectir, ou para pura e simplesmente ficar calado. Tinham sempre gente à volta, e o que o documentário regista é que os quatro Beatles passavam a vida a mandar bocas inconsequentes e a "entrar no personagem", correspondendo à performance que deles era constantemente esperada. A autenticidade, que enternece e seduz em Grey Gardens, é evitada e nunca transparece no documentário sobre os Beatles.
Talvez a conclusão a retirar seja isto mesmo, a de que os Beatles, coitadinhos, tinham sempre gente à volta, ou então eram pura e simplesmente ocos e não tinham nada para dizer. Eu, porém, acho que tinham porque já li entrevistas bem mais interessantes com a banda. De modo que este estilo documental de dar voz, directa e ininterrupta, àquilo que se retrata nem sempre é boa ideia. Às vezes, não faz mal haver voz off, os tais especialistas a explicar tudo bem explicadinho como se o espectador fosse parvo e tal. Dá mais substância.
Bom. Não tenho mais nada a dizer. Parece que, depois de tanta frase, teria assim uma conclusão mais retumbante, não é? Mas não, fico mesmo por aqui. Não era a minha intenção escrever um post enganoso, e portanto desde já aqui deixo as minhas desculpas.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Música para "começar"




Aquela música que ouvimos, por magia, quando "ele" (ou ela, dependendo dos casos) chega. Assim, mesmo à filme.
Que lamechiche tão fofinha.

Música para "acabar"




A música perfeita, perfeita para o desgosto. É assim a vida, sem contemplações ou festinhas na cabeça. Pronto.

(não sei se já disse, mas o Revolver é uma obra-prima.)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Xanax


Descobri um admirável mundo novo.
Um mundo em que deito a cabeça na almofada e durmo. Durmo profundamente, o ritmo cardíaco a ronronar que nem gatinho bem aninhado, as pálpebras profundamente fechadinhas.
Um mundo em que não ando de nó no estômago, em que as pequenas contradições e mesquinhas amarguras do dia-a-dia não me incomodam, em que as pequenas questiúnculas não me parecem mais do que isso - apenas questiúnculas.
Um mundo em que sorrio, em que descanso, em que me sinto normal e a cabeça respira, aliviada.
Às drogas, eu digo sim.



quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Em 1965

...David Bailey tirou esta fotografia, que vi hoje, aqui. Nao sei porque, mas "e" a foto que mais gosto do John e do Paul (trato-os pelo primeiro nome, tenho muito a-vontade com eles).


Lin-dos.
Que bela fotografia.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A policeman held up the traffic, the band walked back and forth a few times and that was that.

Estava a esquecer-me, imperdoavelmente, deste evento importantissimo que, como se compreende, tem de ser enfatizado aqui na Rua, por se tratar do aniversario da foto que da o emblema aqui ao bloguezito.


40 anos e ninguem diria que tem mais de dez, nao e? Cheia de historia, esta fotografia, a comecar nos boatos de que Paul McCartney morrera, a passar pelo magnifico album apropriadamente entitulado "Abbey Road", e a terminar sabe-se la quando e onde. Ja atravessei esta rua algumas vezes e quero continuar a atravessar.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Não acho bem


Há uma coisa que eu faço bem na vida, e que é: empatar tempo. Por exemplo, neste preciso momento, a Tese grita por mim, e eu respondo-lhe, "agora espera, que eu estou no blog". No outro dia, estava também a Tese a gritar desalmadamente por mim, e eu gritei-lhe de volta "agora espera, que eu estou a ver televisão". E de facto estava. Acontece que o programa a que eu assistia (foi só uma vez, e mesmo assim é uma grande vergonha) era sobre um gordo chamado Jim, e era daquelas sit-com americanas sem salvação possível e, pior, sem graça absolutamente nenhuma. Nesta série, este Jim é casado com uma loura toda gira e bimba (a mesma do Melrose Place - sim, eu tenho boa memória, e uma gravíssima tendência para má televisão americana), que passa a vida em casa, enquanto ele vai trabalhar. No episódio que eu vi, a loura acusava-o de não lhe prestar atenção nenhuma, de não a conhecer suficientemente bem, etc. E que exemplo é que ela arranja para ilustrar o facto de o marido não querer saber dela? Decide perguntar-lhe se ele sabe qual é a sua banda preferida. Ele diz que não, ou então dá uma resposta qualquer errada. Ela amua e diz, "são os Beatles, vês, tu não sabes!".

Acontece que este tipo de incidentes é um tanto ou quanto ofensivo para as pessoas que gostam e ouvem os Beatles. Por um lado, sabe-se que os Beatles são universais, e à partida toda a gente gosta deles. Isto é saudável e positivo. Por outro lado, ver o nome dos Beatles assim achincalhado como o tipo de banda que se presta a ser mencionada numa sit-com fraquinha e pobre de espírito, custa um bocadinho. Os Beatles tornaram-se tão universais que, sempre que alguém quer dar um exemplo de uma banda qualquer, escolhe-os a eles, não por serem bons, mas, provavelmente, por serem conhecidos e "clássicos" - quase banais, quando a discografia dos Beatles mostra claramente que banais é coisa que nunca foram.

Disseram-me noutro dia que os Portishead, no auge da sua popularidade, se chegaram a queixar devido ao facto de toda a gente ouvir a sua música, que se assemelhava, por se ter tornado de tal forma "moda", a música de elevador. Não sei se é verdade e se os Portishead se queixaram de facto, mas, assumindo que sim, por um lado acho que é uma atitude de terrível estupidez (querem vender discos ou não?), por outro até percebo. Se o artista que é bom artista se esforça por fazer um trabalho com dignidade, é natural que não o queira ver devassado. Talvez os Portishead estivessem a reagir a isso, ao facto de não verem o seu trabalho respeitado, não sei. De qualquer forma, a questão é semelhante ao caso dos Beatles. É bom serem tão universais e saber que o mundo reconhece o seu génio. Mas banalizá-los por dá cá aquela palha e porem uma pobre de espírito na televisão a dizer que os Beatles são a sua banda favorita (como quem diz Abba, por exemplo), é uma coisa que uma pessoa como eu, que claramente não tem mais nada em que pensar e que se ocupa destes preciosismo, acha mal.

Respeito pelos Fab Four, é só isso que eu peço.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Saiba tudo o que sempre quis saber. Os Beatles respondem.

A este desafio, é impossível de resistir. Responder a algumas perguntinhas típicas daqueles testes de personalidade da Internet com letras de canções. À semelhança da Tia Sócrates, também escolhi os Beatles, muito obviamente, porque sempre achei que tudo o que há para saber está na música dos Beatles. É ouvi-los com atenção, pois. Qualquer pergunta, eles respondem, como aliás este desafio prova.

1. És homem ou mulher? Her Majesty
2. Descreve-te: I am the Walrus
3. O que as pessoas acham de ti? Lovely Rita (optimisticamente falando)
4. Como descreves o teu último relacionamento? A Hard Day's Night
5. Descreve o estado da tua actual relação: You never give me your money
6. Onde querias estar agora? Strawberry Fields (Forever)
7. O que pensas do amor? A Day in the Life
8. Como é a tua vida? Fool on the Hill
9. O que pedirias se pudesses ter um só desejo? Please please me
10. Escreve uma frase sábia: Tomorrow Never Knows

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Teste: Que Álbum dos Beatles é Você?

Num diálogo de Pulp Fiction que acabou por não ser incluído no filme, as pessoas eram divididas entre "pessoas de Elvis" e "pessoas de Beatles", da mesma forma que se fala de "pessoas que gostam de cães" e "pessoas que gostam de gatos". Eu, apesar de apreciar bastante o Rei, sou definitivamente uma pessoa de Beatles, que, por mais música que ouça, nunca consigo deixar de considerar a banda das bandas, os melhores dos melhores.
Depois de termos determinado se somos pessoas Elvis ou pessoas Beatles, há ainda a grande questão de escolher um determinado álbum da banda como favorito ou, indo até mais longe, como aquele que se considera "o melhor". Assim, temos as pessoas Sgt Pepper's, as pessoas Abbey Road ou as pessoas White Album, porque normalmente é num destes três (ou talvez até em todos os três) que as escolhas recaiem. É raríssimo, senão até inaudito, depararmo-nos com uma pessoa Let It Be, uma pessoa Rubber Soul ou até uma pessoa Revolver (álbum que, aliás, e na minha humilde opinião, merece estar na lista dos candidatos a melhor álbum dos Beatles, a começar logo pela capa); quanto a alguém Please Please Me, ou a um indivíduo Beatles for Sale ou até a fulano Hard Day's Night, isso então penso ser impossível de encontrar. Quanto mais se recua na discografia dos Beatles, mais as pessoas se coíbem de encontrar álbuns favoritos ou até músicas preferidas, porque canções simples, bonitas e que cumprem exemplarmente o seu objectivo (um Love Me Do, um And I Love Her, um All My Loving, por exemplo) são vistas como a antecipação da grandeza dos Beatles, e não como a própria grandeza.
Talvez haja aqui alguma razão. Os discos que, de facto, acabo por ouvir mais são, invariavelmente, de Rubbber Soul (inclusive) para a frente, esquecendo injustamente Hard Day's Night, lançado no mesmo ano, 1965, e o primeiro que é inteiramente composto pelos Beatles, sem espaço para covers das músicas populares dos anos 50 que figuravam nos primeiros álbuns. Mas, de facto, a diferença entre Hard Day's Night e Rubber Soul é já notória. O verdadeiro salto qualitativo, a grande diferença entres os grandes Beatles e os Beatles magníficos detecta-se aqui. A diferença entre os discos de 66 (Revolver) e 67 (Magical Mystery Tour, Sgt Pepper's) é alguma, mas não tão abissal, julgo eu, e isto porque, como já disse, Revolver é um disco soberbo. Os Beatles deixaram de dar concertos nesse ano, já que assim como assim as pessoas não iam para os ouvir mas sim para os ver e desmaiar de excitação, e portanto puderam aventurar-se pelos caminhos musicais que entenderam, experimentando o que lhes apetecia sem ter de pensar em como transpor a sofisticação musical do disco de estúdio para o concerto ao vivo. Talvez por isso possamos encontrar em Revolver o experimentalismo, o uso da cítara por George Harrison já na fase do misticismo (aliás, a cítara até encontramos logo em Rubber Soul, precisamente), o surrealismo de John Lennon em She Said, She Said e Tomorrow Never Knows, a perfeição pop de McCartney (que, como Beatle, gostava de nos lembrar que as pessoas normais também existem, como li algures, penso que no All Music Guide) no grande Eleanor Rigby.

Tudo isto para dizer que não tenho álbum favorito dos Beatles, e que, dependendo da fase da vida, ouço uns mais do que outros. O meu coração tem, porém, um fraquinho polígamo por Revolver e, decididamente, por Abbey Road, que, há dezasseis anos atrás, quando comecei a ouvir Beatles a sério, foi o primeiro álbum que verdadeiramente me deslumbrou. Ainda hoje me continua a deslumbrar, e contra isto nada há a fazer, apenas abrir bem os ouvidos e deixar a música entrar.