quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Bom.
Aconteceu tanta coisa desde a última vez que aqui vim, que nem sei.
 
O que é certo é que estava com tanta saudade de escrever, escrever, escrever, que pensei que a saudade acabava hoje, e que regressava à minha Rua hoje. Ainda bem que nunca apaguei o blogue, como tantas vezes pensei.
 
Talvez precise mesmo de escrever até à morte e escrever até morrer, seguindo o que Rilke dizia sobre aquilo que faz "um jovem poeta". Não que eu seja poeta, ou escritora, e muito menos jovem, mas ainda bem, a juventude, para uma pessoa velha, é bastante inútil.
 
No entanto, quando comecei esta Rua, era jovem e não sabia. Que coisa tão irresponsável, uma pessoa nova a escrever, convencida de que é velha. Irresponsável e parva. Da mesma forma que é solenemente parvo ser velho e passar a vida a apregoar que se tem cabeça de vinte anos. "Ser novo de espírito" é daquelas mentiras ideológicas que gostam de nos vender. Deve ser para que se comprem mais cosméticos, cremes, loções, champôs e et caetera. É como se combater rugas também combatesse o passar do tempo dentro da nossa cabeça.
Mas não combate. Eu já começo com rugas no rosto, mas principalmente também as tenho na cabeça. E é bom. Para mim, é, mas, como disse, é raro a juventude ter algum interesse para além do estético. Viva o velho.