terça-feira, 29 de maio de 2012

Vermelho, e não encarnado

Ando em busca de um baton vermelhão, daqueles mesmo vermelho, à starlet. Não é um baton encarnado - é mesmo vermelho.
Experimentei uma vez um da MAC, a senhora garantiu-me que aquilo era vermelhão, vermelhão, mas quando me aplicou nos lábios para eu ver, não passava de um rosazito pálido. Não é isso que eu quero. Também já andei a ver nas perfumarias, mas nunca encontro o vermelho que eu quero. Ou é escuro demais, ou é claro demais, ou enfim, não é o vermelho à starlet. É encarnado, e eu não quero encarnado, quero vermelho.
Pessoal que ainda lê isto, se houver recomendações, caixa de comentários em podendo. A girência agradece.
É que o vermelho, sendo a cor que é, é tão estranhamente esquiva.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Javardo

Estou com muita, muita vontade de escrever, embora não tenha muito para relatar.
Acho que o que me faz escrever aqui e agora é, talvez, alguma necessidade de desabafo. Acabo de ler um texto num qualquer blog que me fez imensa impressão, porque o considerei cruel, arrogante, insensível. Resvalando para o brejeiro, a palavra que me ocorre é mesmo "javardo". Era um texto javardo, que se achava dono da verdade. E foi isso que me fez mais impressão, julgo. Esta ânsia de anunciar ao mundo que o que ali se escrevia era, assertivamente, peremptoriamente, a verdade.
Os blogs que mais detesto, e que leio por motivos de sado-masoquismo que a minha alma tipicamente portuguesa não consegue controlar, são sempre assim, escritos por pessoas que se acham donas da verdade. E sim, um blogue serve para isso, para o seu autor dizer a sua verdade, mas, bolas, há maneiras de dizer as coisas. Seguramente que nem os outros são tão estúpidos nem nós somos tão inteligentes. 
Talvez por isso um dos meus blogs preferidos seja o do Tolan, que diz sempre tudo o que acha de uma forma tão graciosamente engraçada. E sensível, ele consegue ser sensível, o que também quer dizer que não escreve de uma forma agressivamente egocêntrica. Mas eu gosto do Tolan como pessoa, e isso também ajuda.
Um blogue é apenas um blogue e não vale grande coisa. Não há razão para me irritar ou para entristecer com qualquer um deles. Mas entristece-me, porque acho que isto também se passa na vida real. As pessoas acham mesmo que estão sempre certas, e vivem para se ouvirem a si próprias. É raríssimo encontrarmos alguém que genuinamente compreende que há outros à sua volta. Eu própria não devo compreender bem.
E agora tenho de parar porque, diabos me levem, às vezes escrevo cada coisa que parece uma coluna de auto-ajuda da revista Maria ou pior. E isto também me entristece. 
Suspiro. Uma boa noite, é o que desejo e, desta vez, genuinamente. 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Eu vi um bocadinho dos Globos de Ouro, aqueles da SIC. Estava à espera que começasse a Modern Family. E no excerto que vi, assisti a um amargurado Luís Miguel Cintra anunciar que a Varanda seria o último espectáculo da Cornucópia que, por falta de verbas, corre o risco de se tornar teatro amador.
Fiquei consternada com isto. Pensei que se discutiria esta notícia, que se falaria do trabalho importante da Cornucópia e de Luís Miguel Cintra no teatro português e coisas que tais. Se tal aconteceu, deve ter sido apenas um sussurro, e não a barulheira que seria merecida.
O Público, de facto, falou nos Globos de Ouro - o melhor da passadeira vermelha. 
É o que dá viver num país pobre. Quanto mais pobre é, mais manias à Hollywood quer ter, para disfarçar a vergonha. 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Casaquinho vintage muito esquecível

Às vezes penso no que é preciso ser ou fazer para ser daquelas pessoas inesquecíveis. Aquelas de quem ninguém se esquece. Eu não sou nada assim, eu sou esquecível. Sou tal e qual o Kevin Spacey no American Beauty, quando é apresentado pela segunda vez a um parvo de um convencido de um agente imobiliário, que não se lembra dele. E diz o Kevin Spacey, "ah, não se lembra de mim? Deixe estar, se eu fosse a si também não me lembrava de mim". Observação arguta, sardónica e muito realista. E poderíamos continuar nos adjectivos, mas agora não apetece.
Bom. Lembro-me de uma vez, há muitos anos, ainda eu era uma miúda livre que saía à noite, e de ter precisamente saído com um amigo, que ainda hoje é meu amigo, embora já não saiamos. Eu aburguesei-me, mas isso é outra conversa. Continuando, esse meu amigo apresentou-me a um outro amigo. Era alto, de brinco na orelha, cabelo encaracolado, muito simpático. Lembro-me de pensar que queria mesmo que este indivíduo ficasse com tão boa impressão minha como eu imediatamente tive dele, mas acho que o desiderato, lamentavelmente, não se concretizou. Não que eu não tivesse uma conversa interessantezinha, porque acho que até tive (quer dizer, era composta). Não porque estivesse mal vestida ou mal arranjada, porque até acho que nem estava - além de ter metade das protuberâncias rubenescas dos dias de hoje, lembro-me perfeitamente que estava a usar um casaco azul vintage, giro, giro. Mas não se deu o clique, não deu. Por mais que me esforçasse, havia ali qualquer coisa que não resultava, uma conversa mole que andava em círculos, e eu frustradíssima, e quanto mais frustrada pior a converseta me saía. Não houve nenhum escândalo nem vergonha nenhuma, apenas uma coisa derretida, sem piada, que ainda é pior. Ao menos, que a pessoa se possa entreter com uma boa escandaleira que a faça rir passado uns anos. Nem isso.
E isto é um exemplo que eu tomo como paradigmático. É como diz o Bukowski, não vale a pena tentar (a Wikipedia diz que ele disse isto). Olha, paciência. Eu, se fosse eu, também não me lembrava de mim. 
Mas o casaquinho vintage, esse sim, vale a pena recordar. Por onde será que ele anda?

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Tony em Lisboa

No sentido de escrever um post um bocadinho mais alegre, vinha por este meio dizer que o programa do Tony Bourdain sobre Lisboa já se encontra disponível por essa internet fora. Eu vi ontem, e é evidente que gostei considerando que o tema era Lisboa. Acho sempre que o Tony acaba por arranjar coisas interessantes para dizer nos programas dele, e em Lisboa não foi excepção, principalmente quando foi a uma casa de fados passar tempo à conversa com Lobo Antunes. Só por isso, valeu tudo o que ele deixou de fora.
Tentem encontrar, que o programa está giro. Quem não gostar do Tony, eh pá, paciência. Como se diz na nossa magnífica língua, deviam de gostar.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Esta é a ditosa pátria, minha amada

Vivo perto de um Continente e de um Pingo Doce.
Os parques de estacionamento de ambos estão a abarrotar desde as nove da manhã.

Feliz 1º de Maio.