Esta notícia é de uma idiotice tal que não resisti a vir aqui ao blogue anunciar a referida idiotice. Por onde começar? Desde o pai que, aparentemente, não tem nada de melhor para fazer, nem assuntos relativos à educação do filho mais prementes em que pensar, do que uma canção que este aprendeu na escola de apoio ao Benfica; até à indignação ridícula do FCP. E digo ridícula porque as expressões que os representantes do clube utilizaram ("professora ayatollah", "fascistas do gosto", "proselitismo") obrigam-me a chegar a uma conclusão digamos que bifurcada: ou estes senhores do FCP têm um profundo e indesculpável desrespeito por situações de efectivo proselitismo e fascismo, o que é provável, ou pura e simplesmente precisam de consultar mais vezes (uma só vez já chegava) um dicionariozito da língua portuguesa, para aprenderem o que as palavras que utilizaram querem de facto dizer. Também se pode dar o caso, e é esta uma hipótese que me ocorreu agora mas que é tão plausível que nem sei por que não me lembrei dela antes, de serem tão irredutivelmente obtusos que nem um dicionário os salve.
Há uns largos anos, a Madona quis que o Papa lhe baptizasse a filha. Nuym rasgo de lucidez e sensatez, qual Cristiano Ronaldo ("pens'queeee revelei lucidez, sensatez"), a Santa Sé respondeu, e bem, que Sua Santidade estava ocupada com assuntos bem mais importantes. Espero que a resposta do Ministério de Educação a este caso seja mais ou menos a mesma.
Quando eu era pequena, também se cantava, em todas as visitas de estudo organizadas pela escola, " cheira bem, cheira a Lisboa, cheira mal, a Portugal". Isto parece-me bem mais grave e sério do que cantar "viva o Benfica". E porém, passaram-se mais de vinte anos e nem eu nem ninguém da minha geração se tornou terrorista, pelo contrário, trabalham e pagam impostos, que é mais do que se pode dizer da geração anterior (de alguns).
É verdade que a minha posição é fácil de atacar, já que nunca escondi que sou do Benfica. Mas, sinceramente, pens'queee sou de grande imparcialidade "no que concerne" a este assunto do atirei-o-pau-ao-gato-viva-o-benfica, e isto porque tento imaginar o que faria se um filho meu entrasse em casa a gritar "viva o fê cê pê". Queixava-me ao Ministério da Educação? Não me parece. Diria apenas à criança, "deixa lá, filho, que isso passa".