sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sequim d'Ouro e demonstração de como o optimismo não é sustentável

Uma das outras conclusões a que cheguei durante a época natalícia é que o Sequim d'Ouro é dos mais tenebrosos espectáculos de sempre, superando em muito o horror da Semente do Diabo, por exemplo.
Ao ver criancinhas a esganiçar a pobre garganta em meneios de macaquinho amestrado, sabemos que vivemos no pior dos mundos possíveis.

Também sabemos que Leibniz diria o contrário, que vivemos no melhor dos mundos possíveis, tendo sido muito criticado por isso, e ainda bem, porque assim o mundo, pior ou melhor, veio a conhecer o grande Candide. Mas, pensando bem em ambas as asserções (vivemos no pior dos mundos possíveis/vivemos no melhor dos mundos possíveis), qual delas é pior? É que, se vivemos no pior dos mundos, há sempre a esperança de podermos fazer algo para o tornar melhor, embora normalmente não dê em nada porque a esperança pode ser a última a morrer, mas não quer dizer que em vida faça grande coisa. Por outro lado, se vivemos no melhor dos mundos, e se este mundo é o melhor dos mundos, então.. o que fazer? Se não há nada melhor do que isto, estamos tramados.
Qualquer das hipóteses é negra e não permite optimismo, sendo que as minhas celebrações relativamente a 2009 vão ser por isso escassas e contidas, porque em grandes celebrações desenfreadas da entrada de novo ano já não me apanham, que eu não sou parva a ponto de desperdiçar a minha energia num ano que eu nem sequer conheço.

Tudo isto para dizer, se vejo o Sequim d'Ouro fico com arrepios de horror, de modo que normalmente abstenho-me de ver. É uma decisão sensata para qualquer ano, vindouro ou não.

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