Agora que o fim deste terrível ano se aproxima, e que o Natal é daqui a dois dias, toda a época é propícia a que pensemos a sério sobre a vida.
Eu tenho pensado muito a sério, e cheguei a uma conclusão que vou escrever aqui.
A conclusão é que me arrependo de tudo o que fiz no passado, excepto de uma única coisa: ter cortado o cabelo. Cortado bem cortado. Sou uma mulher da qual se pode verdadeiramente dizer que é de "cabelo curto", embora eu prefira "de cabelo curtinho". Disto não me arrependo nada.
Olho ao espelho de manhã e posso dizer: "olha, correu-te mal o ano, mas o teu cabelo está mesmo fixe. Tudo bem, não é o da Grace Slick nem o da Marianne Faithfull, mas está fixe a valer".
E pronto, esta futilidade parva, apesar de tudo, vai consolando.
Não vou desejar Feliz Natal, nem bom Ano Novo, porque a atitude mais sensata a tomar nesta época é, quanto a mim, a atitude existencialista, de modo que o que vou desejar a toda a gente e ao mundo em geral são escolhas acertadas. Acertadíssimas. Eu, pelo menos, preciso de escolhas acertadas, e muito. Já acertei no cabelo, agora só preciso de acertar no resto. O que, de resto, deve ser tão fácil, tão fácil, tão fácil... até tremo de medo só de pensar no fácil que vai ser.
De notar que esta fotografia que aqui está não sou eu (com alguma pena minha). É a Astrid Kirchher, que inventou o look de franja dos Beatles, e é um auto-retrato dos anos 60. Além da fotografia estar muito bonita, quanto a mim, o cabelinho é mesmo à maneira.
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