Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, Lda., constituída em 1922, é a sequência inequívoca da Fábrica de Caldas da Rainha, fundada em 1884 por Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905).
Ao longo dos anos, as Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, Lda., mantêm na sua produção, o design e a colecção do seu mestre, garantindo uma qualidade superior, desenvolvendo linhas que se ajustam de algum modo à sua tradição que sempre a tem distinguido.
É sem dúvida o elo de ligação entre a Natureza e a Faiança.
Aqui, encontramos uma infinidade de peças de utilidade e decoração, nomeadamente, terrinas, pratos, travessas, etc., com as diferentes formas desde couve, animais, frutos, mariscos e outros motivos ligados à Natureza. (http://www.bordalopinheiro.com/)
Ao longo dos anos, as Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, Lda., mantêm na sua produção, o design e a colecção do seu mestre, garantindo uma qualidade superior, desenvolvendo linhas que se ajustam de algum modo à sua tradição que sempre a tem distinguido.
É sem dúvida o elo de ligação entre a Natureza e a Faiança.
Aqui, encontramos uma infinidade de peças de utilidade e decoração, nomeadamente, terrinas, pratos, travessas, etc., com as diferentes formas desde couve, animais, frutos, mariscos e outros motivos ligados à Natureza. (http://www.bordalopinheiro.com/)
A fábrica Bordalo Pinheiro, das Caldas, vai fechar.
De alguma forma já se previa, a fábrica já mandara muita gente embora e já tinha anunciado que corria sérios riscos de fechar as portas. Não têm encomendas, quando dantes não tinham mãos a medir e a dificuldade fazia-se sentir na resposta ao volume de encomendas, não na falta destas. Fui há pouco tempo às Caldas e calhou encontrar uma senhora que conhecia na rua, a quem cumprimentei e desejei Feliz Natal, tendo como resposta lacrimejante que, para ela, o Natal não ia ser muito bom, porque tanto a filha como o genro trabalhavam na Bordalo e já tinham sido dispensados.
A Bordalo Pinheiro não é caso único neste país, infelizmente, mas é o caso que mais me rasga o coração. Para além de fazer parte da história das Caldas, e de todo o país, porque fundada por Rafael Bordalo Pinheiro, o que saía desta fábrica eram objectos que sempre me acompanharam, que me lembro de ver em casa, que via abundantemente nas montras das lojas das Caldas, que recebi de presente, objectos de que eu gostava, e gosto, muito. As andorinhas que se podem pendurar na parede, para termos um par de asinhas negras a esvoaçar em casa; os pratos e as terrinas em forma de couve que eu adoro, populares, coloridos; as travessas de uma fina rede branca, umas com rosinhas a enfeitar, outras sem (prefiro sem); o Zé Povinho, com ou sem manguito (prefiro com); o fabuloso grou e a raposa da fábula de La Fontaine, tudo em louça resplandecente, que me davam pela cintura e que sonhei, um dia, ter em casa, e que ia arranjar uma maneira de fazer aquilo ficar bem na minha sala. Parece que agora não vai acontecer.
Gostava, e gosto, da Bordalo Pinheiro porque era um traço forte de identidade, de identidade das Caldas e de identidade portuguesa, e como acho que o nosso país, infelizmente, precisa tanto de identidade, e como eu própria sinto tanto a necessidade de viver num país que demonstre um pingo de identidade, de preferência identidade portuguesa, gostava da personalidade forte da Bordalo Pinheiro. E, além disso, foram estas faianças que me deram as cores da infância, cores vivas, fortes, "o elo de ligação entre a natureza e a faiança", cores que estavam por todo o lado e que agora se vão resumir às que tenho em casa e pouco mais.
A Bordalo vai fechar e é terrível e dramático para quem lá trabalhou uma vida inteira, ou pura e simplesmente trabalhava lá, e eu não sei o que posso fazer, mas acho que não posso fazer nada. Normalmente não penso muito em lotarias e Euromilhões, mas neste momento queria tanto, tanto, tanto estar cheia de dinheiro para encher a Bordalo de encomendas e resgatá-la da falência, salvá-la, voltar a contratar toda a gente com aumentos brutais de salário.
A crise é isto: quando não afecta apenas as nossas carteiras, mas também as nossas memórias, o nosso coração, e nos começa a dar mágoa e uma sensação terrível de perda. Assim é que a crise, de facto, nos atinge em grande.
1 comentário:
:-( si desaparece esta cerámica sera una verdadera pena, las hojas de col y todas las piezas de esa linea en colores fuertes como el verde ,azul o rojo son una delicia!!
irreptibles!
olha, sabemos que la situacion es delicada para todas las economias pero la CE debia tener unas ayudas para casos especiales ,como bien dices no solo son platos y bandejas:
son un simbolo.
en fim...esperemos que la cosa se arregle
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