segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Almada Negreiros, não seja preguiçoso

Estou a ler uma estupidez de um livro, de modo que sinto o cérebro entupido. É uma biografia sobre Marlon Brando, mas está horrivelmente mal traduzida (a pobre tradutora não percebeu que o português é uma língua em que as frases não têm sempre de começar com sujeitos pronominais plenos como "ele", "ele", "ele" e "ele") e não tem interesse nenhum, não porque Marlon Brando não tenha interesse, eu acho que tem, mas sim porque o livro não passa de um rol de personalidades com quem Brando dormiu. Comecei a ler o livro há uma semana e sei tanto do actor e do indivíduo Marlon Brando como sabia antes. Dos hábitos sexuais de Marlon Brando é que já sei mais umas coisas.

Vou parar de ler a porcaria do livro. Mas, curiosamente, e apesar de me estar a sempre a lembrar de livros absolutamente fundamentais que tenho de ler, agora não me consigo lembrar de nenhum. Preciso mesmo de arranjar um livro lindo e enorme para ler, daqueles bons para o Inverno.

Preciso de desentupir o cérebro. Mas com que livro?

É nestas alturas que me lembro de Almada Negreiros e das suas famosas palavras, aquelas em que disse que entrou numa livraria, pôs-se a fazer contas e percebeu que os seus anos de vida não chegavam para ler nem metade dos livros, de modo que a salvação teria de estar noutro lado. Eu espero bem que esteja, porque neste momento estou sem nada para ler.

Mas - onde é que está, então, a salvação, Almada? Já agora, podia ter feito mais uma forcinha e ter respondido à pergunta, porque assim, digo-lhe sinceramente, fico na mesma e... agora não me dá jeito estar eu a responder.

1 comentário:

W. C. Fields disse...

Parece um catálogo dos 3Suisses: "A saia roada", "A camisola desportiva", "O casaco de malha", "Os ténis para o Inverno". O, a, Os, As - porrinha, três-quinze!

A menina é tão novinha e ainda gosta dos Beatles ou já gosta dos Beatles? Não se esqueça dos Them, com Van Morrison, também conhecido como Van The Man :)