segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Não sei

Hoje veio a avó cá a casa. Vinha numa carrinha grande trazer-me uma cama nova, uma cama linda de uma madeira especial cujo nome não me lembro.
Era preciso limpar bem a cama. A avó trouxe um saquinho com cera e óleo de cedro e muitos panos, uns para limpar, outros para encerar, outros para puxar o lustro.
A avó já se foi embora. Fiquei a limpar a cama, fiquei a encerar a cama, fiquei a puxar o lustro. E fiquei com o saquinho onde a avó pôs o óleo de cedro, onde a avó pôs a cera, onde a avó pôs o pano para limpar, o pano para encerar, o pano para limpar o lustro.
O que vai ser de mim quando ficar sem o saquinho. O que vai ser de mim. O que vai de ser de mim, avó.

1 comentário:

Aquela que procura Oz disse...

O passar dos anos custa; não porque passam para nós, mas essencialmente porque passam para "os outros". Eu também não sei o que vai ser de mim quando ficar sem o saquinho.