sábado, 7 de março de 2009

Fashion icon


Esta semana vi, pela primeira vez, um episódio de True Blood num canal que eu descobri que afinal tinha, o Mov. Este canal não presta para nada, exceptuando o facto de transmitir Entourage, de que sou fão absoluta, e este True Blood, que há muito despertava a minha curiosidade por saber que tratava de vampiros, embora nunca tivesse visto episódio nenhum.

Não adorei o episódio que vi, mas percebi que a "premissa" da série é que os vampiros andam à solta, são uma espécie de minoria étnica na sociedade, sofrem discriminação, mas podem casar com pessoas não-vampiras e ter uma vida mais ou menos normal. Fez-me lembrar o quanto gosto dessa magnífica personagem literária que é o Conde Drácula, e quantas teorias há por aí a interpretá-lo como personificações da sífilis, por um lado, ou para alertar para os supostos perigos da homossexualidade, que na altura se acreditavam ser muitos (o Drácula torna as pessoas iguais a ele através do sangue), por outro. Ou, para as mulheres, o Drácula pode significar os azares que andar de mão em mão como as pombinhas da Catrina, ao invés do seguro casamento, pode acarretar. É, de facto, uma personagem literária com muito que se lhe diga, e sem dúvida uma das minhas preferidas. Embora, para mim, o Conde Drácula se relacione fundamentalmente com o estilo. Os mal disfarçados dentes pontiagudos, a longa capa preta, o cabelo puxado para trás à Clark Gable, os olhos cansados e malévolos como os modelos Calvin Klein da onda heroin-chic, etc., gosto da iconografia toda. No fundo, o Drácula é um fashion icon, pelo menos para mim, é, de modo que deixo aqui a foto do meu Drácula preferido, que não é Bela Lugosi, nem Max Schrek (nota, porém, para dizer que Nosferatu é um grande, belíssimo filme e que vale muitíssimo a pena ser visto) nem Gary Oldman, mas o sempre grande e intocável Christopher Lee, que faz um Drácula cheio de classe e inimitável. Aliás, o Christopher Lee tem sempre a louvável capacidade de fazer de mau com uma classe impecável, tão impecável que é impossível não estar sempre do lado dele.

E outra coisa, de onde é que vem a ideia de que o Dracula de Bram Stoker é que é o filme mais fiel ao livro? Não é, pois o filme mais fiel ao livro é precisamente um em que Christopher Lee entra (ele fez de Drácula algumas vezes), mas cujo nome agora não me lembro.

Voltando a True Blood, em princípio vou continuar a ver, mas de facto nada destrona Entourage, série sobre a qual, não sendo sobre vampiros, ou pelo menos vampiros tão óbvios, hei-de escrever um dia, talvez, se a tanto me ajudar o engenho e a arte.

Deixo aqui o genérico de True Blood porque, se foi coisa de que eu gostei, além dos dentes afiados, foi o genérico desta série. Está bem "esgalhado", como se diz, embora seja uma expressão bem feia.


2 comentários:

ecila disse...

Sou fa do genérico, da musica e da série (já vi os episodios todos e acho que vale a pena) :)

Zorze disse...

Grande série.