Ah, pois, eu não acho, nem na Europa, nem em qualquer outro lado. Faz todo o sentido, especialmente nos dias que correm, em que se publicam livros muito ocidentalizados e libertários, muito conscientes do papel da mulher da sociedade, e que dizem coisas assim deste calibre elevadíssimo:
College was plan B. I was still hoping for plan A, but Edward was so stubborn about leaving me human... [...] Edward didn't seem to understand why I wouldn't let him pay my college tuition (he was ridiculously enthusiastic about plan B).
Isto vem do New Moon, versão livro, cujo primeiro capítulo está disponível on-line e que eu me dei ao trabalho de ler. Queria saber porque é que isto vende tanto. E agora percebo que vende porque retrata a história de um rapaz vampiro, jeitoso e rico, que se apaixona por uma lambisgóia pobre cujo sonho é tornar-se vampira para não ter de trabalhar, muito menos ir para a universidade, descrita como apenas o "plano B". Devo dizer que, nos tempos que correm, minados pela influência nefasta do tal credit crunch, talvez a rapariga esteja de facto a optar pelo mais seguro. Portanto, esta historieta, com aspirações a nouveau-Romeu e Julieta (a epígrafe do livro é um verso desta peça, que fofinho), proclama o casamento como a aspiração mais elevada da mulher, e um namorado invencível ao lado a tomar as decisões todas, já para não falar da elevação moral desta literatura - a autora, Stephanie qualquer coisa, disse numa qualquer entrevista que estava farta de ver jovens bombardeados com sexo e drogas e outros malefícios, e portanto decidiu escrever uma linda, pura história de amor, decente, de moral e lágrima, em que não há galdeirices contra-natura e é tudo respeitador da ordem estabelecida, homem dominador, menina submissa sem estudos, dele dependente para tudo. Ah, que já vejo anjos e os arcanjos deleitados com isto...
Não sabia que as adolescentes, e talvez algumas mulheres, ainda iam nesta conversa. Pensava que o admirável mundo novo lá fora seria suficiente para sonharem outras coisas. Mas pronto. Cada um é como cada qual.
College was plan B. I was still hoping for plan A, but Edward was so stubborn about leaving me human... [...] Edward didn't seem to understand why I wouldn't let him pay my college tuition (he was ridiculously enthusiastic about plan B).
Isto vem do New Moon, versão livro, cujo primeiro capítulo está disponível on-line e que eu me dei ao trabalho de ler. Queria saber porque é que isto vende tanto. E agora percebo que vende porque retrata a história de um rapaz vampiro, jeitoso e rico, que se apaixona por uma lambisgóia pobre cujo sonho é tornar-se vampira para não ter de trabalhar, muito menos ir para a universidade, descrita como apenas o "plano B". Devo dizer que, nos tempos que correm, minados pela influência nefasta do tal credit crunch, talvez a rapariga esteja de facto a optar pelo mais seguro. Portanto, esta historieta, com aspirações a nouveau-Romeu e Julieta (a epígrafe do livro é um verso desta peça, que fofinho), proclama o casamento como a aspiração mais elevada da mulher, e um namorado invencível ao lado a tomar as decisões todas, já para não falar da elevação moral desta literatura - a autora, Stephanie qualquer coisa, disse numa qualquer entrevista que estava farta de ver jovens bombardeados com sexo e drogas e outros malefícios, e portanto decidiu escrever uma linda, pura história de amor, decente, de moral e lágrima, em que não há galdeirices contra-natura e é tudo respeitador da ordem estabelecida, homem dominador, menina submissa sem estudos, dele dependente para tudo. Ah, que já vejo anjos e os arcanjos deleitados com isto...
Não sabia que as adolescentes, e talvez algumas mulheres, ainda iam nesta conversa. Pensava que o admirável mundo novo lá fora seria suficiente para sonharem outras coisas. Mas pronto. Cada um é como cada qual.
3 comentários:
E o filme? E o filme? O filme então é do pior. E olha que eu até o vi com os copos, mas mesmo assim foi o pior filme que vi desde o he´s not that into you. só me dá vontade de desatar ao chapadão à songa-monga a ver se acorda para a vida e larga aquela cara de enjoada (que, btw, mantém na vida real).
Ámen.
Eu ainda não vi o filme. Mas vou ver. Se calhar, também me vou irritar com o filme, mas talvez não - é que o filme tem um actor que eu gosto muito de ver a trabalhar, e compensa. É o profissionalismo dele que atenua a irritação. :)
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