Eu não fui ver a Bela e o Paparazzo. Não fui ver porque não é uma prioridade minha. Faço questão de ir ao cinema ver filmes portugueses, mais - faço questão de ir ao cinema, ponto final. Adoro cinema, é uma arte que me seduz por completo e não consigo imaginar uma vida feliz sem aqueles momentos reconfortantes em que decido ir ver o filme x a uma sala de cinema. Nunca fiz, nem penso que farei, questão em investir nos chamados "home theatres" porque os filmes que me interessam verdadeiramente são para ser vistos nas salas.
Portanto, não fui ver a Bela e o Paparazzo porque não me interessa verdadeiramente. Interessa-me apenas medianamente, porque o cinema português me interessa, portanto terei todo o gosto em vê-lo em DVD ou quando passar na televisão.
De qualquer forma, o que me parece sempre lamentável, mas absolutamente lamentável, é que este género de filmes venha sempre acompanhado por discussões que rapidamente se tornam em questiúnculas pessoais e raramente contribuem para uma perspectiva verdadeiramente saudável e interessante sobre cinema e, em particular, sobre o futuro do cinema português, que é matéria que nos devia interessar a todos, a não ser que pertençamos àquele triste grupo de pessoas que só vê filmes que incluam legendas e onde se fala inglês. Eu gosto de pensar que não me incluo nesse grupo.
O crítico Vasco Cãmara, do Público, escreveu esta crítica ao filme e deu-lhe bola preta. Mais do que o texto em si, que até me parece válido, o que dói mesmo é a bola preta. Até percebo que António Pedro Vasconcelos esteja magoado - não se arranjaria, ao menos, uma estrelinha? É que assim, como diria John Cusack em Alta Fidelidade, "that's some cold shit".
António-Pedro Vasconcelos escreveu a Vasco Câmara aqui. Acha que os motivos de Vasco Câmara foram pessoais e que este crítico é movido por um ódio ressabiado (queridas pessoas que fazem o favor de ler este post, é melhor lerem os textos originais e não se deixarem influenciar pelas minhas paráfrases).
A conclusão que eu retiro daqui é que, pelos vistos, a crítica objectiva, saudável, inteligente, é algo de impossível em Portugal (não só a crítica de cinema, mas infelizmente também a de música e a literária). Os críticos são presos por ter cão e por não ter - se gostam, são subservientes, se não gostam é porque são pseudo-intelectualóides contra o mainstream. E porém, a maior parte dos críticos não consegue, de facto, atingir um nível de argumentação objectiva que interesse a alguém. Já se sabe que gostam de Godard e não gostam dos discos da Madonna.
Por outro lado, se a resposta aos críticos é a de que todos eles são movidos por questiúnculas, ódios ou amores pessoais, então assim não vamos a lado nenhum. Já não há pachorra para esta mania de país pequeno de tornar tudo pessoal porque toda a gente se conhece.
De guerras que se levam a peito, já eu estou farta.
Isto parte-me o coração, a sério que parte. Queria ver o cinema respeitado e, acima de tudo, queria ver o cinema português respeitado e levado a sério, independentemente de os filmes serem bons ou maus. Se são bons, que os louvemos condignamente; se são maus, que o afirmemos clara, objectiva e inteligentemente.
Esse dia, ao que parece, ainda vem longe.
Portanto, não fui ver a Bela e o Paparazzo porque não me interessa verdadeiramente. Interessa-me apenas medianamente, porque o cinema português me interessa, portanto terei todo o gosto em vê-lo em DVD ou quando passar na televisão.
De qualquer forma, o que me parece sempre lamentável, mas absolutamente lamentável, é que este género de filmes venha sempre acompanhado por discussões que rapidamente se tornam em questiúnculas pessoais e raramente contribuem para uma perspectiva verdadeiramente saudável e interessante sobre cinema e, em particular, sobre o futuro do cinema português, que é matéria que nos devia interessar a todos, a não ser que pertençamos àquele triste grupo de pessoas que só vê filmes que incluam legendas e onde se fala inglês. Eu gosto de pensar que não me incluo nesse grupo.
O crítico Vasco Cãmara, do Público, escreveu esta crítica ao filme e deu-lhe bola preta. Mais do que o texto em si, que até me parece válido, o que dói mesmo é a bola preta. Até percebo que António Pedro Vasconcelos esteja magoado - não se arranjaria, ao menos, uma estrelinha? É que assim, como diria John Cusack em Alta Fidelidade, "that's some cold shit".
António-Pedro Vasconcelos escreveu a Vasco Câmara aqui. Acha que os motivos de Vasco Câmara foram pessoais e que este crítico é movido por um ódio ressabiado (queridas pessoas que fazem o favor de ler este post, é melhor lerem os textos originais e não se deixarem influenciar pelas minhas paráfrases).
A conclusão que eu retiro daqui é que, pelos vistos, a crítica objectiva, saudável, inteligente, é algo de impossível em Portugal (não só a crítica de cinema, mas infelizmente também a de música e a literária). Os críticos são presos por ter cão e por não ter - se gostam, são subservientes, se não gostam é porque são pseudo-intelectualóides contra o mainstream. E porém, a maior parte dos críticos não consegue, de facto, atingir um nível de argumentação objectiva que interesse a alguém. Já se sabe que gostam de Godard e não gostam dos discos da Madonna.
Por outro lado, se a resposta aos críticos é a de que todos eles são movidos por questiúnculas, ódios ou amores pessoais, então assim não vamos a lado nenhum. Já não há pachorra para esta mania de país pequeno de tornar tudo pessoal porque toda a gente se conhece.
De guerras que se levam a peito, já eu estou farta.
Isto parte-me o coração, a sério que parte. Queria ver o cinema respeitado e, acima de tudo, queria ver o cinema português respeitado e levado a sério, independentemente de os filmes serem bons ou maus. Se são bons, que os louvemos condignamente; se são maus, que o afirmemos clara, objectiva e inteligentemente.
Esse dia, ao que parece, ainda vem longe.
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