E é isto. AA Gill, que escreveu este texto, faz crítica de restaurantes para o Times há que tempos (em 2005 até foi a um restaurante português e fartou-se de dizer mal, num texto que vacilava entre o ofensivo e o brilhante, e foi engraçadíssimo, embora eu tenha ficado absolutamente agastada, mas pronto - o texto pode ser lido aqui), continuando, o AA Gill tem absoluta razão acerca desta coisa absurda do restaurante com "conceito". Se há coisa que me aborrece em restaurantes, para além do sinal de casa de banho a dizer "mulher" ao invés de "senhora" - gosto das coisas com uma certa etiqueta, pronto, é uma idiossincrasia minha - é isto do "conceito". Se estou sentada à mesa à espera que me tragam a lista (evitemos aqui a opção desagradável entre "menu" e "ementa") e me perguntam "conhece o nosso conceito?", fico logo furibunda. Conheço, sim, o conceito é comer. Mais alguma coisa que devo saber? Não estou a ver.
Não gosto de restaurantes com "conceito" porque isso normalmente equivale a eu ter de pagar a refeição e ainda ter de suportar constantes idas à mesa, a interromper conversas e deglutição com "está tudo bem aqui?", "não é preciso nada"?
Eu sei que isto são tudo tentativas de bom atendimento. Sei que as pessoas estão a fazer o seu trabalho. E também sei que, normalmente, estas tentativas equivalem a eu não voltar ao estabelecimento, principalmente se estes pretensiosismo acontecem em Portugal, que tem comida boa, simples, despretensiosa. O melhor da nossa comida é o seu despretensiosismo, e irrita-me um tanto ou quanto que isso se desvaneça com a história do "conceito". Voltemos à nossa encantadora simplicidade, é só isso que eu solicito.
Enfim. Post inútil e irrelevante, sei bem, mas precisava, mais uma vez, de me esvaziar de toda a fel, o que começa a ser um hábito e pronto, enfim, mil desculpas.
Não gosto de restaurantes com "conceito" porque isso normalmente equivale a eu ter de pagar a refeição e ainda ter de suportar constantes idas à mesa, a interromper conversas e deglutição com "está tudo bem aqui?", "não é preciso nada"?
Eu sei que isto são tudo tentativas de bom atendimento. Sei que as pessoas estão a fazer o seu trabalho. E também sei que, normalmente, estas tentativas equivalem a eu não voltar ao estabelecimento, principalmente se estes pretensiosismo acontecem em Portugal, que tem comida boa, simples, despretensiosa. O melhor da nossa comida é o seu despretensiosismo, e irrita-me um tanto ou quanto que isso se desvaneça com a história do "conceito". Voltemos à nossa encantadora simplicidade, é só isso que eu solicito.
Enfim. Post inútil e irrelevante, sei bem, mas precisava, mais uma vez, de me esvaziar de toda a fel, o que começa a ser um hábito e pronto, enfim, mil desculpas.
5 comentários:
Excelente e apetitoso post.
Adoro ingleses e acima de tudo adoro a Inglaterra onde nunca estive.
Onde estive foi numa versão em ponto pequenino da Inglaterra, era uma terra em Moçambique, onde a principal personagem era uma empresa inglesa, não era bem a principal era a única.
Vivia-se ao ritmo inglês, jogava-se (jogavam que o meu desporto sempre foi o levantar de copos)golfe e ténis, bridge e canasta.
Era muito divertido quando não adormeciam.
Fui ler a crónica do tal fulano, consegue ser absolutamente desconhecedor do que é a comida portuguesa, tem uma desculpa um restaurante com aquele nome merecia ser encerrado mesmo assim para chauvinista ignorante não lhe falta nada.
Gosto muito de comer, a seguir a beber e ver o Benfica ganhar é o meu desporto favorito se acontecerem todos ao mesmo tempo então é o Céu.
Quando tiver oportunidade faço o favor de ir ao restaurantejaco@gmail.com em Linda-a-Velha que lhe enviará a listra com toda a simpatia.
Tem um ambiente muito lindo a comida é quase sempre boa só para dar um exemplo do domingo é "Fritada mista de porco com migas de farinheira".
Pior que senhora ou mulher nas casas de banho são aqueles pictogramas que até nos deixam em dúvida.
Modernices que quando se vai a correr não caem nada bem.
Nota final:
Os seu melhores post são aqueles com muito fel. Keep on.
Fado, concordo! Os pictogramas são de aterrar. Uma vez, fui a um sítio que nem tinha sinal nenhum. A pessoa tinha de entrar e ver se lá estavam homens ou mulheres. Medonho.
Quanto ao AA Gill, é verdade, ele é conhecido por ser muito incorrecto e até chauvinista, e não variou quando escreveu sobre Portugal. Mas não consigo evitar gostar do texto dele, rio-me imenso. O chauvinismo dele é propositado, é pose, e mesmo que seja verdadeiro, quero lá saber da opinião dele, o homem faz-me rir à mesma. Cultiva um estilo de pedante a quem dá vontade de bater muito. Isso não deixa de ter a sua piada. Devia ler uma reportagem que ele fez há uns anos sobre a Albânia. Meu Deus... acho que o Times recebeu centenas de cartas com gente a queixar-se, não apenas albaneses. Eu voltei a achar piada, mas eu tenho um certo mau gosto. :)
Essa da mista de porco tem bom ar...
Grande, grande post. Aliás, "o conceito" tornou-se palavra gasta, quase tanto quanto "a filosofia" - e não só no caso da comida.
A "filosofia" é outra! A par do "conceito" é, de facto, muito irritante.
Aproveito para agradecer o link, Woman Once a Bird. :)
Concordo com tudo, excepto com a coisa do quarto de banho a dizer "mulher". As mulheres que são mulheres são muito mais do que senhoras. Se eu fosse mulher, não queria ser apenas senhora.
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