terça-feira, 1 de junho de 2010

Vãs filosofias para cabeças que pensam muito e mal

O meu problema é que vejo o mundo todo distorcido, a começar por mim.
Quando me olho ao espelho em casa, vejo-me muito bem equilibrada e em geral posso dizer que é algo que me satisfaz.
Depois, vou a andar na rua, vejo um reflexo na montra das lojas e penso "olha aquela senhora gorducha, com umas ancas que parecem aqueles vestidos à século XVII, que engraçado ". E vou ver e sou eu.
O Kant falava do fenómeno e do númeno. Eu, com a grande autoridade filosófica que detenho, considero que, de facto, este simpático filósofo tinha razão. Eu encanto-me com o fenómeno, com a ilusão, com o artifício. A essência das coisas, a sua verdade, é que já custa muito a aceitar.
Ou talvez esteja antes a pensar em Platão. Eu sou daquelas pessoas que gosta de estar na caverna a olhar para as sombras, que projectam uma versão apurada da minha própria pessoa. Sempre fui muito de estar em casa, os ares lá de fora dão-me a chamada asma alérgica, de modo que conviver com arquétipos não é muito a minha onda.
Gosto da imagem que vejo reflectida na caverna, e para mim está bem assim, porque a realidade, como dizia o Hegel, esse outro grande espertalhão, é como é e pior para ela. Prefiro não ter nada a ver com isso.
Pronto.


2 comentários:

Anónimo disse...

Bom, se deixares de ensar em bolos o kant deixa de te chatear e asim que chegar aí o calor dizes "bye bye" ao Platão e vais para uma esplanada qualquer beber um coffee. Kisses!

Rita F. disse...

Hmmm...não tenho ideia nenhuma de quem será este anónimo... :)