quinta-feira, 10 de junho de 2010

Se quisermos no mundo ser tamanhos (conselhos do 10 de Junho)

Mas a Fama, trombeta de obras tais,
Lhe deu no mundo nomes tão estranhos
De Deuses, Semideuses imortais,
Indígetes, Heróicos e de Magnos.
Por isso, ó vós que as famas estimais,
Se quiserdes no mundo ser tamanhos,
Despertai já do sono do ócio ignavo,
Que o ânimo, de livre, faz escravo.

E ponde na cobiça um freio duro,
E na ambição também, que indignamente
Tomais mil vezes, e no torpe e escuro
Vício da tirania infame e urgente;
Porque essas honras vãs, esse ouro puro,
Verdadeiro valor não dão à gente.
Milhor é merecê-los sem os ter,
Que possuí-los sem os merecer.

2 comentários:

fado alexandrino. disse...

Querida (menina/senhora) esse texto muito interessante que publicou têm mais de mil palavras que não conseguem ser compreendidas por nenhum aluno do actual 8º ano antes ou depois de ser passado administrativamente para o 10º e assim poder aspirar a ser engenheiro técnico como o nosso Primeiro.
Se além de conseguir identificar as palavras ainda for necessário, como hoje se diz contextualizar e interpretar o sentido do mesmo, temo que haja mesmo muitos licenciados (erro, isto não existe são todos doutores) que tropecem e se engasguem.
Se fosse um artigo de "A Bola" outro galo cantaria e mesmo assim com alguns off-sides.

Rita F. disse...

Fado, concordo com o que diz, mas eu tenho uma espécie de crença pessoal que me diz que, se Camões sobreviveu até hoje, e se continua a sobreviver, haverá sempre pessoas que o vão ler e compreender e emocionar-se com ele. E isso é meio caminho andado para se ser bom cidadão, com ou sem off-sides. :)