quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Memórias de uma menina bem impressionada



Quando era pequena, lembro-me de ir às aulas de Religião e Moral. O colégio onde eu andava tinha uma sala só para isso. Nessa sala havia um imenso Cristo na cruz que provocava um misto de horror, medo e pena. Era pequena e sentava-me numa mesa mesmo ao pé de Jesus Cristo, o que, como se calcula, era um acontecimento profundo. A cruz era mesmo imensa, e dali conseguia ver as feridas todas. Era terrível e impressionante. Parece-me que o "deixai vir a mim as criancinhas" tinha um significado ligeiramente diferente de "assustai verdadeiramente as criancinhas".

Certo dia, explicaram-nos quem era a Virgem Maria e disseram-nos que era a melhor mãe do mundo porque gostava mais de Jesus do que as outras mães gostam dos seus filhos. Valeu-me a minha própria mãe para me explicar que aquilo não era bem assim, caso contrário sofreria até hoje de um sentimento bastante forte de rejeição.

El Greco é para adultos, é o que eu defendo.

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