Sempre que vejo um grupo grande de pessoas aglomeradas no mesmo sítio, mesmo que seja a paragem de autocarro, tenho vontade de lhes perguntar o que estão ali a fazer. Parecem movidas por um objectivo mais nobre e mais útil do que o meu.
Surpreendo-me sempre que me dizem que não podem ir tomar café porque. Eu só não posso ir tomar café se estiver a trabalhar, de resto posso sempre. Mas os outros não, os outros parecem sempre ocupadíssimos e até se gabam, às vezes, da sua falta de tempo, como se menos tempo disponível equivalesse a mais vida vivida. É estranho.
Aos fins de semana, normalmente ponho-me a pensar que talvez eu também devesse ocupar-me mais de encontrar um sítio decente para estacionar. Dantes nem sequer pensava nisso, mas quando a idade começa a pesar, percebemos que não podemos, ou não devemos, ou não é bom para nós, estacionar em qualquer lado. Mas também já consegui perceber que a vida das pessoas não é melhor por encontrar sítio para estacionar, aliás, muitas vezes até se torna pior, mesmo que estejamos a falar de um lugar de estacionamento completamente gratuito, em frente à Gulbenkian, para estacionar à espinha de peixe e não paralelo ao passeio.
Portanto acho que, por enquanto, não vou estacionar o carro tão cedo.
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