Li o Dracula de Bram Stoker na adolescência. Adorava os arrepios na espinha, o medo que me provocava. Os capítulos em que Jonathan Harker está fechado no castelo, à mercê de vampiros e restantes criaturas igualmente malévolas, pareciam-me claustrofóbicos, medonhos, magistrais.
Voltei a ler Dracula já adulta. Uma leitura fácil, de arrepio fácil, um sobrenatural quase sensacionalista. Um livrinho com piada.
Também li O País das Últimas Coisas, de Paul Auster, há uma série de anos. Adorei. Também achei "claustrofóbico" que, pelos vistos, era a principal qualidade que procurava na escrita enquanto atravessava a adolescência. Voltei a lê-lo há dois anos. Ao contrário do que ouço dizer, gente até de grande iluminação, eu não acho o Paul Auster nada mau. Também não achei o País das Últimas Coisas mau. Está é muito longe de ser o grande, imenso livro que eu pensava que era.
Há certos livros que são como, por exemplo, os namoradinhos da escola primária. Já não os vimos há centenas de anos, e as memórias que temos deles são fofinhas e queridas e boas. Se calha vê-los na vida real, a desilusão é profunda - ninguém consegue corresponder a expectativas tão ternurentas. Os livros do passado são, na maior parte dos casos, exactamente a mesma coisa.
Há certos livros que são como, por exemplo, os namoradinhos da escola primária. Já não os vimos há centenas de anos, e as memórias que temos deles são fofinhas e queridas e boas. Se calha vê-los na vida real, a desilusão é profunda - ninguém consegue corresponder a expectativas tão ternurentas. Os livros do passado são, na maior parte dos casos, exactamente a mesma coisa.
1 comentário:
acho mesmo que só gostaria de reler quando me esquecer por completo das obras...o que não é difícil porque isso acontece já com a mioria das histórias desses mesmos livros...
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