quarta-feira, 8 de julho de 2009

Os frisos da ira




...consider this: the body of the goddess Iris is at present in London, while her head is in Athens. The front part of the torso of Poseidon is in London, and the rear part is in Athens. And so on. This is grotesque.


To that essentially aesthetic objection the British establishment has made three replies. The first is, or was, that return of the marbles might set a “precedent” that would empty the world’s museum collections. The second is that more people can see the marbles in London. The third is that the Greeks have nowhere to put or display them. The first is easily disposed of: The Greeks don’t want anything else returned to them and indeed hope to have more, rather than less, Greek sculpture displayed in other countries. And there is in existence no court or authority to which appeals on precedent can be made. (Anyway, who exactly would be making such an appeal? The Aztecs? The Babylonians? The Hittites? Greece’s case is a one-off—quite individual and unique.) As to the second: Melina Mercouri’s husband, the late movie director and screenwriter Jules Dassin, told a British parliamentary committee in 2000 that by the standard of mass viewership the sculptures should all be removed from Athens and London and exhibited in Beijing. (novamente retirado daqui).

Eu, sinceramente, não sei que opinião ter relativamente a este assunto. O meu coração, que gosta muito da Grécia, é de opinião que os frisos do Partenon devem ser devolvidos ao país de origem, já que Atenas tem agora um novo, e pelos vistos belíssimo, museu aos pés da Acrópole onde pode acolher e tratar da sua arqueologia; por outro lado, os frisos estão já há séculos em Inglaterra; é verdade que lá foram parar por grosserias históricas, mas aconteceu o mesmo a centenas de outras peças de arte. E o argumento do Museu Britânico (obras de arte da categoria dos frisos não são apenas da Grécia, mas sim de toda a Humanidade), não deixa de fazer sentido. Ao mesmo tempo, ninguém pode discordar dos Gregos quando estes reclamam as suas insuperáveis esculturas de volta, já que estas fazem parte da sua história, do seu património, e já que agora têm condições para as resguardar da poluição e para lhes dar um lar confortável e digno do seu esplendor. Também é verdade que, como diz o meu pai, o Museu Britânico é o museu da "roubalheira internacional", mas, como também admite o progenitor, é igualmente um museu de cortar a respiração, tal a grandiosidade do seu espólio. É um privilégio ver tanta herança da Humanidade ali toda junta; os frisos fazem parte dessa herança, e o facto de estarem no Museu Britânico dá muito jeito ao visitante, que fica com uma ideia geral das coisas, e sai de lá com o olhar e a mente regalados, sem ter de ir a Londres, e depois à Grécia, e depois à Síria, e depois ao Egipto, etc. Vai ao Museu Britânico e fica logo despachado numa viagem.
Mas enfim. Se os frisos forem devolvidos, e se o espólio de Londres se juntar ao de Atenas, para que se possa reconstituir todo o desfile de esculturas, a Humanidade também tem muito a ganhar com isso.
Portanto, não sei. Entre a Inglaterra e a Grécia, quero que ganhem as duas.

2 comentários:

PºG disse...

tal e qual!
a história não são apenas os 'calhaus' mas também as circunstancias deles. embora entenda a angústia dos gregos...

Rita F. disse...

Pois é, eu também. Mas dá um jeitão ir ao Museu Britânico e ver os frisos. De arrebatar. Embora também pense no quão arrebatador seria vê-los na Grécia, ali aos pés do Partenon... era outra classe.