segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Homo homini lupus?


Estou irremediavelmente dividida entre um humanismo optimista e o terrível pessimismo de Hobbes, "o homem é lobo do homem".
Como é que uma matilha de lobos, ou até mesmo um lobo terrível e solitário, com sede de sangue e de poder, consegue, ao mesmo tempo que ostenta este carácter tão assassino, fazer coisas como a literatura, a a arquitectura, a pintura, enfim, coisas que encarnam qualquer ideia possível de perfeição? Um professor da FLUL, Manuel Frias Martins, escreveu um livro sobre literatura e chamava a esta ideia da perfeição (pelo menos, acho que era isso que ele queria dizer) a "matéria negra".
Mas o homem é lobo do homem. Como é que um lobo com sede de sangue consegue, ao mesmo tempo que ostenta um carácter tão assassino, fazer coisas como a literatura, a a arquitectura, enfim, a perfeição, a matéria negra?
É deste círculo vicioso que não me consigo livrar.

1 comentário:

FAQ(er) disse...

A perfeição é uma espécie de masturbação; mesmo chegando ao clímax, permanece a sensação da ausência de algo.