terça-feira, 3 de novembro de 2009

Bulhão Pato & Gomes de Sá

Apetecia-me escrever sobre livros (porque não vou poder ir ao debate na Bertrand, esta quinta-feira, sobre livros-fenómeno, apesar de tudo o que tenha a moderação de Anabela Mota Ribeiro, lamento muito e peço muita desculpa, me suscitar grande desconfiança, e apesar também de já não conseguir suportar a crítica fácil ao Dan Brown, só nisto o Expresso gastou três artigos este fim-de-semana, já se sabe que Dan Brown é mau escritor e que as suas personagens são risíveis, mas sinceramente, não é o único, nem sequer o pior, e além disso, parece-me a mim, a maior crítica, e a mais grave, que se pode fazer a este indivíduo é a grande desonestidade intelectual que ostenta, porque, sejamos honestos, quem de facto acreditar na existência do Priorado do Sião tem de ter um qualquer problema mental seriamente incapacitante, talvez Dan Brown de facto padeça disso, mas enfim, o que será pior, Dan Brown e as suas mentiras parvas a ritmo acelerado, ou alguém como o João Aguiar, que é uma pessoa respeitável, se ter dado ao trabalho de escrever um livro meio paródia, meio crítica, ao Código Da Vinci, com coisas como o Priorado do Cifrão pelo meio, mas o que é isto?, sinceramente, as pessoas às vezes perdem a noção com estas fúrias desproporcionadas contra os tais livros-fenómeno).
Lá querer escrever sobre livros, queria. No entanto, e incontornavelmente, só me vêem à cabeça os nomes estranhos da culinária portuguesa e as mistelas que apresenta, quase todas muitíssimo boas, mas sem dúvida muito estranhas:
Feijoada de choco.
Ovo "a cavalo".
Bitoque.
Abatanado.
Bifana.
Arroz à valenciana.
Bacalhau à Zé do Pipo.
Chouriço.
Bica.
Arroz malandrinho.
Rissol (se há vocábulo que me faça rir, é sem dúvida este - rissol; no entanto, dizer que nada tenho contra a natureza do género alimentício, que um rissolinho de camarão quentinho, a estalar, ui, é daqui, como se costuma dizer, e agora estou a fazer aquele gesto tão parvo que até envergonha que é apertar o lóbulo da orelha entre os dedos - mentira, nunca faço este gesto).
Bá-bá (é um bolo, descobri há uns anos).
Chispe.
Sandocha e mini, ou "sande" e "mine" (estas já são clássicas).
Não sei porque é que eu, querendo escrever um post minimamente inteligente, só me consigo lembrar disto. Talvez porque a língua portuguesa tenha maravilhas que a própria maravilha desconhece, e nada lhe escapa.

2 comentários:

Soneshka disse...

Tu és um espetáculo!

Matilde disse...

Mas e então a bela da alheira?