Agora que tenho o meu ipod e respectivo itunes de volta ao seu estado normal (um obrigado encarecido às almas caridosas que me auxiliaram), volto ao fru-fru (haverá expressão mais pavorosa que esta, eh eh?) das playlists e dos shuffles e dessas coisas todas muito deslumbrantes.
Bom, uma coisa que tem despertado o interesse é o facto de haver certas músicas que se adaptam particularmente bem a certas alturas do dia. Já escrevi que, por exemplo, ouvir Tom Waits de manhã é coisa que não resulta. O Tom tem de ter um espírito e um ambiente bem mais obscuros - o que o torna particularmente bom para um dia escuro e chuvoso como este.
No entanto, como ouvir música de manhã é muito importante para mim, pois se não ouço algo de jeito antes de começar a trabalhar, sou, digamos que, uma mistura de zombie ressacado deprimido mal disposto com sede de sangue, o que é bastante negativo (exemplo, retirado convenientemente desse grande filme que é A Noite dos Mortos - Vivos:
mesmo de meter medo),
dizia, como fico num estado miserabilíssimo, preciso, de facto, de uma música matinal eficaz. De modo que ando a estudar uma playlist matinal que resulte mesmo, que condense a mistura ideal de energia, melodia, profundidade e alegria inconsequente, para dispor bem.
Até agora, tenho um top 5, como diria John Cusack nesse outro grande filme que é o Alta Fidelidade, do qual constam:
1. o fundamental e indispensável Unfinished Sympathy, Massive (já escrevi sobre isto antes, não me vou alongar muito sobre esta canção; tenho apenas uma pequena ressalva, que é: bilhetinho para o Campo Pequeno já cá canta, ponto de exclamação)
2. o imprescindível Pure Morning, Placebo (o que eu gosto destes indivíduos, gosto, gosto)
3. Are You Ready To Be Heartbroken, do grande Lloyd Cole (esta música traz à playlist aquela parte da profundidade, da filosofia, para nos convencer que o dia que está prestes a começar tem uma qualquer relevância. Infelizmente, não encontro um vídeo decente desta canção no youtube para postar aqui)
4. Postcards From Italy, dos Beirut (a alegria inconsequente, meio folk, meio havaina, dá vontade de cantar, muito giro e querido)
5. uma escolha recente, mas que não consigo parar de cantarolar, e que portanto consolida o sentimento eufórico e alegre que já vem dos Beirut, e que é You Don't Know Me, Ben Folds e Regina Spektor.
O importante para começarmos bem a manhã é mesmo, reitero, o equilíbrio perfeito entre a euforia alegre e a filosofia. Até hoje, estas musiquinhas têm impedido o meu lado zombie-feio de emergir de uma forma absolutamente descarada, mas sei que ainda há muito trabalho a fazer.
Tenho também pensado na playlist adequada para o fim do dia, quando se sai do trabalho, cansada e farta e a precisar de um mimo. Mas isso fica para outro post, que é matéria mais complexa.
2 comentários:
Ora lá está outro grande filme, mas como muitas vezes acontece, cujo livro é mais substancial. E com mais listas ainda.
eu tb sou Beirute:)
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