segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sonhos impossíveis

Recentemente, comprei um par de sapatos esplendoroso. Não querendo tornar este blog no Sexo e a Cidade, porque para isso já existe a própria série, portanto quem quiser conversas sobre sapatos que vá ver, devo dizer que este último item de calçado que eu adquiri tem qualquer coisa de portentoso. Alonga, refina, apura. E a minha intenção era de facto escrever sobre isso - sobre a forma como certas peças de vestuário ou calçado potenciam uma confiança interior que, em vez de surgir naturalmente, precisa às vezes de uma ajudinha. Isto é de uma futilidade sem nome, mas no entanto é verdade.

Porém, não é sobre isso que vou falar. É que, noutro dia, estava no carro a ouvir rádio e passaram aquela música, "never ending stoooo-ry, ahah-ah, ahah-ah, ahah-ah", etc. Eu adorei o filme e adorei o livro da História Interminável. E lembrei-me de um sonho antigo que eu acalentava quando era pequena, e que era poder cavalgar as nuvens com o Falkor, o dragão branco e fofinho do filme. Estava a ouvir a música e fiquei cheia de pena de mim própria, porque a minha vida é toda feita de sonhos impossíveis - ver os Beatles ao vivo e o Falkor existir mesmo.

Do mesmo modo, a tal questão dos sapatos também é, em si mesma, um sonho impossível. A gente pensa que estes "objectos de felicidade exterior", como lhes chama o meu pai, nos tornam mais arrojados, mais seguros, mais coisa e tal, e não tornam nada. Somos como somos, e podemos mascará-lo, mas não mudá-lo. E mesmo mascará-lo nunca resulta por muito tempo porque, como se diz nos filmes, "you can fool a lot of people for a long time, but you can't fool everybody all the time". Mas, mesmo assim, gosto de pensar nestas coisas impossíveis.
Deixo aqui um clip que encontrei no youtube do Falkor a voar e que é uma delícia. Notam-se os efeitos especiais todos, mas o que é que isso interessa.

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