Saiu o novo Adrian Mole - The Prostrate Years é o nome do novo volume.
Estou entusiasmadíssima. Sou completa adepta, fã e admiradora da saga de Adrian, e nunca esperei que Sue Townsend prolongasse a sua história até a personagem entrar nos quarenta, com todas as vantagens e desvantagens associadas a tão ternurenta idade.
Tenho esta atracção pela literatura dos tristes, dos patéticos e dos perdedores de tal forma abissais que têm um imenso humor. É reconfortante saber que a tragédia faz rir. Faz-nos menos tristes, melhores pessoas.
O Adrian é uma versão ainda mais despojada do Lucky Jim - é que nem sequer tem a sorte de conseguir um emprego minimimamente respeitável na academia, embora se perca em empregos igualmente estultificantes. Porém, ainda gosto mais de Adrian porque os seus diários acompanharam a minha adolescência, e igualmente a idade adulta. O Adrian é sempre um patamar mais velho do que eu, mas os diários vão sendo publicados à medida que os meus aniversários se acumulam.
Juntamente com o Herman e o Jardim Jaleco, a minha grande referência de humor é sem dúvida o Adrian. Inutilmente preso a um amor de adolescência que nunca, mas nunca, será correspondido, irredutivelmente egoísta e convencido que é interessante o suficiente para precisar de psicanálise, Adrian é também irremediavelmente feio, pobre, pusilânime, ingénuo, indolente, preguiçoso, frio, arrogante, cobarde, banal até às lágrimas, sem pinga de inteligência, talento ou bondade - o Adrian é um espelho tão cruel que a sua crónica da má sorte é hilariante.
Gosto do Adrian porque, no fundo, leio os seus diários e sinto-me muito melhor do que ele. A vida desta personagem consegue ser ainda mais triste do que a minha. E adoro rir-me dele, cruelmente, aquele riso em que apontamos o dedo. É uma verdadeira catarse.
Além de todo este efeito absolutamente purgativo, há um outro pormenor que faz de Adrian Mole um guru - esta mania de não se gostar de pontos de exclamação começa com ele. Sim, começa - é nos Diários de Adrian Mole na Crise da Adolescência que se pode ler qualquer coisa como "eu nunca me conseguiria apaixonar por uma pessoa que usa tantos pontos de exclamação". Lembro-me de ter lido isto e de ter concordado tão absolutamente que me tornei seguidora dos Diários até hoje. Embora tenha ultrapassado a fobia aos pontos de exclamação.
Grande Adrian.
Tenho esta atracção pela literatura dos tristes, dos patéticos e dos perdedores de tal forma abissais que têm um imenso humor. É reconfortante saber que a tragédia faz rir. Faz-nos menos tristes, melhores pessoas.
O Adrian é uma versão ainda mais despojada do Lucky Jim - é que nem sequer tem a sorte de conseguir um emprego minimimamente respeitável na academia, embora se perca em empregos igualmente estultificantes. Porém, ainda gosto mais de Adrian porque os seus diários acompanharam a minha adolescência, e igualmente a idade adulta. O Adrian é sempre um patamar mais velho do que eu, mas os diários vão sendo publicados à medida que os meus aniversários se acumulam.
Juntamente com o Herman e o Jardim Jaleco, a minha grande referência de humor é sem dúvida o Adrian. Inutilmente preso a um amor de adolescência que nunca, mas nunca, será correspondido, irredutivelmente egoísta e convencido que é interessante o suficiente para precisar de psicanálise, Adrian é também irremediavelmente feio, pobre, pusilânime, ingénuo, indolente, preguiçoso, frio, arrogante, cobarde, banal até às lágrimas, sem pinga de inteligência, talento ou bondade - o Adrian é um espelho tão cruel que a sua crónica da má sorte é hilariante.
Gosto do Adrian porque, no fundo, leio os seus diários e sinto-me muito melhor do que ele. A vida desta personagem consegue ser ainda mais triste do que a minha. E adoro rir-me dele, cruelmente, aquele riso em que apontamos o dedo. É uma verdadeira catarse.
Além de todo este efeito absolutamente purgativo, há um outro pormenor que faz de Adrian Mole um guru - esta mania de não se gostar de pontos de exclamação começa com ele. Sim, começa - é nos Diários de Adrian Mole na Crise da Adolescência que se pode ler qualquer coisa como "eu nunca me conseguiria apaixonar por uma pessoa que usa tantos pontos de exclamação". Lembro-me de ter lido isto e de ter concordado tão absolutamente que me tornei seguidora dos Diários até hoje. Embora tenha ultrapassado a fobia aos pontos de exclamação.
Grande Adrian.
3 comentários:
"(...) leio os seus diários e sinto-me muito melhor do que ele."
Fenomenal.
adsensum, tenho de lhe agradecer por ter gostado e por ter comentado, que este blog tem andado tão à míngua que tem sido uma desconsolação... :)
Mas voltando a Adrian - pois é, pois sinto. Que vergonha.
É mesmo uma catarse. O Adrian é a minha tragédia grega, só que em vez de me fazer chorar, faz-me rir.
Adorava os diários do Adrian Mole! Desconhecia a existência deste livro, mas vou comprá-lo!
Parabéns pelo blog, muito interessante!
beijinhos
Enviar um comentário