domingo, 7 de fevereiro de 2010

Lucky Jim


Adoro este livro.
É sobre um académico patético, preguiçoso, que vive na fadiga diária de não deixar que os outros percebam que ele sabe muito menos do que aquilo que aparenta; vive igualmente na azáfama diária de se escapulir às solicitações do Professor Welch, que pensa que é patrão do Jim; este últime vive, finalmente, com o constante pensamento, acompanhado de muito pouca acção, de tentar publicar qualquer coisa, qualquer artigueco, que lhe fortaleça o currículo. No entanto, como Jim não tem talento nenhum, as coisas correm-lhe todas mal, acorda um dia na casa do tal Professor Welch, que o convidara para um fim de semana no campo, apenas para descobrir , à Trainspotting, que não só cagou a cama toda como queimou os lençóis com beatas de cigarro e agora o que fazer, ainda para mais a sua vida amorosa é de fugir, porque há uma Margaret maluca que tem a mania que é namorada dele e que é uma grande feia psicopata; como se não bastasse, este Jim não tem dinheiro, nem boa aparência, nem nada, não passando de um tipo completamente normal a roçar a mediocridade (sendo a contiguidade com a mediocridade o principal problema da normalidade - que bela rima) e o que o safa de uma vida alienante, perdido na vulgaridade da academia e chafurdando na sua indolência pouco inteligente, é um golpe de sorte que lhe dá a oportunidade de um novo emprego e de uma vida inteiramente nova.
É um dos meus livros preferidos, sem dúvida nenhuma. Identifico-me um bocado com o Jim.

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