quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Era mesmo só para escrever uma coisa qualquer, com a vossa licença, para a próxima é melhor, desculpem qualquer coisinha

Uma vez, uma amiga minha disse-me que não gastava dinheiro em perfumes porque lhe fazia impressão pagar balúrdios por um frasco de água que cheira bem.
Compreendi a posição dela, embora nunca tenha concordado com esta perspectiva lúgubre e pouco romântica de não usar perfume. Primeiro, porque cheirar bem é importante, ainda que não  tenha necessariamente a ver com perfumes. Há pessoas que cheiram bem porque, além de limpinhas, pura e simplesmente cheiram bem. Há outras que cheiram bem porque usam perfume, sendo que (e vem isto em segundo lugar) quando se usa o mesmo perfume durante muito tempo, a pessoa habitua-se a pensar que aquele cheiro que todos os dias se vai entranhando é verdadeiramente o nosso cheiro. De modo que pode ser uma coisa muito pessoal, e de modo que não concordo nada com a posição dessa minha amiga.
Isto para dizer o quê? Isto para dizer que não acho correcto que se usem muitos perfumes ao mesmo tempo. Há pessoas que têm perfumes de Verão, de Inverno, de dias de chuva e de dias mais não sei quê. Depois a roupa fica com uma misturada de cheiros e elas acabam por não cheirar a nada, além de que é extremamente mariquinhas ter mais do que um perfume. Há que ter a presença de espírito de saber escolher um. Quanto muito, muda-se de cinco em cinco anos. E é esta fidelidade ao cheiro que deve orientar as decisões da pessoa, e é esta fidelidade que me agasta quando me acontecem coisas como ontem, em que parti um frasco de perfume que ainda ia a meio. Eh pá. Sentir o meu cheiro espalhado em azulejo de chão de casa-de-banho, sinceramente, é enxovalho. 
A história mais triste que me aconteceu em termos de perfumes não, foi, porém, esta mais recente de ter partido o frasco, mas passou-se antes com um rapaz que uma vez me disse "ah, eu quando era mais novo tinha 18 perfumes, um era para sair à noite, outro para o dia, outro para andar de carro, outro para a praia, outro para isto e outro para aquilo". Ainda hoje me esforço para perceber o que poderá passar pela cabeça de um qualquer homem para dizer uma coisa deste calibre a qualquer mulher, ou até a qualquer pessoa. Escusado será dizer que a coisa ficou logo por ali.
Não vou apagar o post, mas quero que se saiba, assim em geral, que tenho consciência de que está uma bodega. É que tinha mesmo que pensar numa parvoíce qualquer, pelo menos durantes uns minutinhos, e pronto, saiu isto. Fica assim.

4 comentários:

A. disse...

Tenho vários perfumes, mas acabo por usar sempre o mesmo, há anos. No fundo, acaba por ser aquele que já não me "incomoda", que sou sensível aos cheiros e não pode ser nada muito forte ou muito doce sob pena de ficar enjoada o dia inteiro.
Embora raramente tenha tido feedback quanto a isso, tinha um amigo que gostava muito do meu e dizia sempre que cheirava a Ana se o cheirava em algum lado.

fado alexandrino. disse...

Excelente post, pelo assunto que aborda.
Primeiro declaro já que há dois presentes que me deixam desvairado, são um perfume ou uma bela garrafa de tinto bem caro ou então neste ramo um qualquer whisky dos mais raros se faz favor.
Quando for ministro digo o nome verdadeiro para me puderem corromper com facilidade que eu ao menos sou sincero.
Adoro olhar para os frascos de perfume todos de muitas cores diferentes. Raramente uso, só mesmo em ocasiões super hiper festivas ou seja pelo natal e pelos anos e aliás com os vinhos e outras bebidas passa-se a mesma coisa, não bebo mas adoro olhar para as garrafas.
Sou muito de amores platónicos.

Anónimo disse...

E ficou muito bem. Eu nunca uso o mesmo porque não consigo ser assim fiel, mas só compro um depois de acbar o outro, às vezes repito e o mais giro é que quando repito sou imediatamente transportada para determinada fase da minha vida.

Anónimo disse...

Deixe lá o post... nós também não temos muito mais que fazer....