segunda-feira, 22 de junho de 2009

Gaja que faz muitíssimo o meu estilo: Marjane Satrapi


Adorei o Persepolis, livro, e também o filme, quando saiu. Como o meu primeiro contacto com a obra de Marjane foi através do livro, gostei mais do livro - tão doce e sensível, e ao mesmo tempo duro e cheio de um humor sem condescendências. Visualmente, muito expressivo e engraçado. E toda a proeminência que a família tem na vida de Marjane (os pais, a fantástica avó, o tio) é comovente.
Acho que faz sentido ler, ou voltar a ler, Persepolis especialmente agora, nos dias de hoje. Marjane não esconde a dificuldade de carregar uma nacionalidade como a sua, mas, pelo que consegui perceber no final do livro, ela consegue alguma reconciliação com as suas origens. E, tal como se lê aqui, continua a lutar pelo Irão, embora no exílio.
É sempre complicado saber que pertencemos a um país, e perceber o que isso significa. Pelo menos, para mim, é. Deve haver determinados países que tornam esta tarefa ainda mais complicada. Não me parece fácil ser iraniano, ou afegão, ou até cipriota (com as devidas distâncias), por exemplo. A Marjane fala disso no seu livro. E, porque a chamada "actualidade internacional" não dá descanso a quem nasceu no Irão, e porque a Marjane ilustrou isso tão bem, é definitivamente uma grande gaja.

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