Mas também não sei o que dizer da constante cobertura mediática que se tem feito, a todas as horas, a fazer render um peixe de misérias, sofrimento, orfandade, desastre. Pergunto-me o que consegue sentir uma pessoa que perdeu tudo para além do razoável, que está no limite de todos os limites, prostrada numa cama de campanha, com uma câmara apontada à cara. Pergunto-me o que pode o resto do mundo sentir.
O resto do mundo pode e deve chocar-se, pode regressar a alguma humanidade primordial, ajudar a AMI; outros, mais audazes, mais nobres, poderão talvez voluntariar-se.
No entanto, há uma fronteira que se traça, invisivelmente, para lá da qual já não vamos fazer nada, a tal humanidade primordial embrutece e passa a amortecer o choque. E a comunicação social, ao que me parece, já a traçou.
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