Há tanta tragédia na banalidade do dia-a-dia que, às vezes, sinto-me esmagada. Sei que o que estou a dizer não é novidade (À Espera de Godot, etc). Mas há muita tragédia na vida quotidiana.
Estar no Centro de Saúde e ver uma senhora velhota que vai à recepcionista pela segunda vez naquele dia - já ali esteve, disseram-lhe para ir ao hospital, onde lhe disseram para voltar ali, onde naquele preciso momento lhe dizem que tem, afinal, de ir para o hospital. É um exemplo.
Estar no autocarro, daqueles que pára nas terrinhas todas, e ver um jovem rapaz que corre disparado do fundo da rua e , no momento em que finalmente se aproxima do autocarro e abranda para respirar fundo, a besta que conduz o transporte fecha a porta e arranca o mais depressa que pode, deixando o pobre rapaz, a suar em bica, especado na paragem. É outro exemplo.
Estar no autocarro, daqueles que pára nas terrinhas todas, e ver um jovem rapaz que corre disparado do fundo da rua e , no momento em que finalmente se aproxima do autocarro e abranda para respirar fundo, a besta que conduz o transporte fecha a porta e arranca o mais depressa que pode, deixando o pobre rapaz, a suar em bica, especado na paragem. É outro exemplo.
O problema é que a nossa vida é feita de pessoas extraordinárias e de outras que, não desmerecendo o humanismo de que sou adepta, são profundas bestas. E, infelizmente, há que saber lidar com bestas - o que pode ser trágico. Convém comprar um chicote.
2 comentários:
ou vários chicotes, que é pra não arriscar.
:D
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