terça-feira, 21 de junho de 2011

Expressão que compreendo: o não-sei-quantos "é assim"

Adoro quando as pessoas dizem isto. Adoro. Usam esta expressão como se fosse um argumento válido, lógico e absolutamente racional - "mas tu já sabes que sou assim"; "não vale a pena mandar vir com ela - ela é assim!"; "eu já te disse que tens de ser mais pontual, mas tu és assim", com ar contrafeito. Dá-me logo uma imensa vontade de rir (não confundir, por favor, com a expressão "é assim", que não tem graça e enfurece).
Quando as pessoas aplicam a expressão à sua própria pessoa, e reforçam a frase com a partícula "cá", o caso agudiza-se ainda mais. Torna-se mais cómico. "Para mim, quem fuma ao pé de crianças devia ir preso. Eu cá sou assim!", por exemplo. E este "eu sou assim" justifica tudo o que nos passa pela cabeça dizer. Absolutamente tudo.
Ponho-me a pensar no que diria a polícia ao Jack the Ripper se efectivamente o tivesse apanhado. Ó Jack, que grande chatice, o Jack podia ter evitado isto tudo, mas o Jack é assim! (insisto no ponto de exclamação. Sem ele, a expressão não tem tanta graça).
Já não tenho mais nada para dizer. Às vezes, sou assim.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu cá também sou muito assim (sincera, dinâmica, directa, a dar para o monstrinho e chata como a potassa, que é o que o assim normalmente significa).
Ana