sábado, 18 de dezembro de 2010

Amo-te, amorê!

Tenho de fazer qualquer coisa para combater o frio, e dedilhar o teclado com força e vigor ajuda. Pelo menos, evita que ande de luvas em casa.
Agora, para continuar o exercício de aquecimento, vou escrever mais qualquer coisa. Não tenho pensado em nada de muito relevante, mas tenho-me rido muito com um vídeo que descobri no Youtube em que Yanick Jaló ou lá como se chama o senhor faz uma declaração de amor a Luciana Abreu e grita: amo-te, amorê! 
Antes de prosseguir, vejo-me obrigada a encetar esforços para de alguma forma proteger a minha reputação insegura e explicar que a razão pela qual encontrei o tal vídeo foi porque apareceu relacionado com um outro que eu estava a ver em que os Contemporâneos gozam com a "Luce" e lhe perguntam se ela quer amêndoas. É muito lindo e natalício. Enfim, foi assim que descobri o Yanick a gritar "amo-te amorê".
Não vou troçar disto. Há alvos fáceis, de quem é terrivelmente fácil e conveniente dizer mal. Aliás, se não fosse o meu lado burguês tristemente forte, eu arranjava tomates e punha aqui ao lado uma coluna intitulada "Odiozinhos", encabeçada, como é por demais evidente, por Eduardo de Sá, , mas o que é certo é que, em primeiro lugar, não tenho tomates (sou menina) e em segundo lugar o tal lado burguês escandaliza-se com isto e exclama "ai, mas que desagradável, deixe lá os senhores em paz". De modo que podia escrever de forma virulenta, acérrima, mas não, é tudo ordenadinho. Misérias.
Voltando novamente à temática primordial do post - ora, Yanick diz aquilo à Luciana, ela diz que ele é um gatinho, um príncipe e mais isto e mais aquilo e é uma choradeira pirosa frente às câmaras de televisão. Melhor do que isto, só quando o Telmo e a Célia do Big Brother se dedicaram aos regabofes carnais, perguntando-lhe ele quando terminaram, para o país inteiro compreender o ser sensível que ali estava - "gostastes, filha?". "Gostei", respondeu ela, melosa. Que remédio, diríamos nós. O amor é uma coisa muito bonita, como se vê.
E no entanto. A gente goza com isto tudo, ri-se disto, porque não são exemplos de amor, são exemplos de parvoíce. O amor é para viver com dignidade, com classe, a portas fechadas. É que é uma coisa tão pirosa que ninguém com alguma inteligência pode suportar vivê-lo à frente do mundo inteiro. De modo que aqueles casos inexplicáveis em que nos dá uma vontade imensa de viver momentos à filme, em que nos atiramos para os braços do Corto Maltese e fica tudo a olhar, ou o Corto Maltese se ajoelha e, enquanto nos mostra um cachucho a rebrilhar, diz assim, "amo-te, amor", este tipo de coisas, pirosas, indesejáveis, que ninguém quer, enfim, às vezes se calhar até queremos.
Embora "amo-te, amor" seja diferente de "amo-te, amorê". O Corto Maltese tem classe até ao fim.
E pronto, eu disse que isto era uma desculpa para aquecer os dedinhos e assim foi, não havia que esperar nada de melhorzinho. Umas boas festas se até lá não nos virmos.

2 comentários:

debbie clementine disse...

nem acredito que fui procurar o tal vídeo, ai vida. "Gatjinhó","amo-te, amorê", enfim, o amorê é taum vonito.

marta morais disse...

e agora que eles deram nome à filha, já podemos gozar?