terça-feira, 19 de maio de 2009

A menina sem qualidades e sem tempo

A mulher (prefiro "a menina) acorda, estremunhada.
São seis e meia da manhã. O Kafka disse que não há nada de mais degradante do que acordar cedo, e tem razão, aliás, até já escrevi isto no blog, pensa a mulher (prefiro "a menina").
Duche, a correr, cabelo, a correr, carinha, que se quer laroca na medida do possível, a correr, carro, a correr, portagens, a correr, trabalho, a correr, angústia enquanto o tempo se escoa e as coisas cada vez menos feitas, a correr, sentimento de frustração e de incompetência porque o tempo se escoa e as coisas cada vez menos feitas, a correr, carro, a correr, portagens, a correr, casa, a correr, iogurte e sandes de atum, a correr, novamente trabalho, a correr.
Blog, a correr.
Vida, a correr.
Pedir desculpa, a correr, quando tiver mais tempo e mais qualidades a mulher (prefiro "a menina") voltará, esperançosamente, à postagem diária, por enquanto, a correr, a postagem é episódica, o que não se quer de um blog, mas, a correr, é o melhor que a menina tem conseguido fazer embora sempre, a correr, com um grande gosto que isto de escrever, ainda que a correr, ainda que inconsequentemente, é, a correr, muitíssimo giro.
Esta altura do ano é sempre, sempre a correr, é o mundo todo a desabar nas costas da menina.
Chuif, chuif.

2 comentários:

ecila disse...

Mesmo a correr fazes bem em escrever, a correr :-)

Bruno Taborda disse...

Calma! Nós esperamos...