Vamos lá começar a animar, que se uma pessoa passa a vida a pensar em FMis e subsídios de Natal esventrados apanha uma depressão e não vale a pena.
De modo que o que vale a pena, sim, é pensar no Verão que aí vem e que já começou. Aquilo que me faz, como se costuma dizer, "empreender" no Verão não é a dieta, que faço o sacríficio de não fazer, nem biquinis (até porque este ano vou optar pelo fato-de-banho - quem souber onde posso adquirir um giro, giro, caixa de comentários se faz favor, obrigada), continuando, o que me faz empreender no Verão é a questão da roupa, e isto porque, como já escrevi há uns anos neste blogue, não gosto de roupa de Verão, nunca sei o que vestir e perco tempo a pensar nisto.
Calças de ganga são muito quentes.
Saltos altos fazem os pés inchar.
DocMartens são um forno.
Tshirts são abomináveis.
Vestidos são, normalmente, sem forma, são trapos que se enrolam à volta do corpo e nem sequer têm a piada das túnicas dos Romanos.
Túnicas - vide "vestidos".
Blusas - vide "vestidos".
Birkenstock são o máximo, mas já cansam.
Sandálias em geral são uma seca.
Roupa preta faz calor.
As cores da roupa de Verão são um susto, olho para as montras e sinto-me como aquelas pessoas que "padecem" de sinestesia, já que todas as peças que vejo parecem berrar-me aos ouvidos, de garridas que são, à Feira Popular.
E assim me vejo nesta confrangedora situação - não invisto em roupa de Verão há que tempos, e este ano estou sem nada para vestir. Só tenho coisas meia-estação, encantadora expressão que rima e tudo. Olho para as pessoas em geral e não sei onde foram elas buscar ideias para o guarda-roupa estival, porque eu não tenho nenhuma. Além disso, as lojas baratuchas onde normalmente gosto de ir comprar coisas, assim Zara e H&M, são um desastre no Verão. No Inverno, a coisa disfarça-se bem, e com um bom casaco não é preciso mais nada, mas no Verão está tudo à vista, os tecidos lustrosos e manhositos, o ruço da primeira lavagem, o borboto de ter sido usado cinco minutos, o corte esquisito. Oh, pá.
É muito incorrecto a pessoa ter de se sujeitar a não gostar da sua imagem, até porque como se diz no anúncio, "se eu não gostar de mim, quem gostará?"
Pessoas em geral, simpáticos leitores deste blogue, padecerão vocês da mesma condição? Angustiam-se vocês com a lacuna profunda no guarda-roupa veraniço? Provavelmente não, porque têm mais em que pensar. Mas quem não tiver, diga lá, por favor, onde arranja roupita de Verão interessante e em conta, que é coisa que me intriga.