segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A juventude enjoa

Os chamados "telethons", maratonas de televisão, são, para mim, e acho que para os restantes mortais, quase tão impossíveis como o Sequim de Ouro ou Jogos sem Fronteiras ou isso. São programas longos, chatíssimos, parvos. E o de ontem à tarde, que a RTP estava a transmitir e que era sobre a República, não foi excepção. Só vi um bocadinho, mas posso afiançar que foi mau. E porquê? Não por causa dos convidados, mas sim devido aos apresentadores. Se há coisa que me faça alergia, para além do Natal dos Hospitais e de concursos para crianças, é apresentadores larocas. Com um sorriso sempre muito largo, sem saber o que dizer, com a voz muito bem colocada, a fingir que são muito experientes e tal. Eu acho que ficam esteticamente mal num programa que se queria com algum nível, ainda por cima sobre os 100 anos da República. Fossem buscar um apresentador mais velho, mais dinossauro, que desse nível à coisa. É preciso ver que a juventude não dá para tudo, e há coisas que se querem velhas.
Desliguei efectivamente a televisão quando apareceu uma loura de cabelo escorrido e com decote que andava a entrevistar as pessoas que visitavam o Palácio de Belém. Estava a falar com um jovem (estudante universitário, provavelmente), tratou-o por tu e terminou a entrevista dizendo "vai! Vai conhecer o Palácio!". Uma exortação, portanto, para dignificar o evento, evento esse que ficou ainda mais dignificado quando corta para intervalo e aparece o seguinte slogan, a vermelho e a verde: Vivá República.
Vivá por mais cem anos, acrescentaria eu, e vivá sempre às terças-feiras, que o feriadinho calha que é uma beleza.

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