sábado, 21 de janeiro de 2012

O amor, quando nasce, é para todos

O candidato republicano Newt Gringrich traiu a mulher, divorciou-se e acabou por casar com a amante, mas antes disso, revelou a ex-mulher, propos-lhe um casamento aberto ao invés do divórcio.
Eu adoro estes Republicanos, que fazem cair o Carmo e a Trindade (ou o equivalente lá na terra deles) quando  os Clintons deste mundo se entretêm em salas ovais, e afinal são tão progressistas e modernos que até um casamento aberto querem ter, qual adultério qual quê. Mas enfim, este é um dichote a que não resisti.
O NY Times apresenta um debate sobre isto, e compreende-se, já que é o tipo de fait divers que as pessoas gostam de discutir, para aliviar. Eu também gosto de pensar sobre estas coisinhas engraçadas.
Assim à partida, não tenho nada contra. Acredito que haja pessoas que gostem muito dos outros, de tal forma que queiram partilhar a sua vida e a sua cama com mais do que um ou uma. Mas a minha mente conservadorazinha não resiste a pensar "pffff, só vêm com estas conversas porque nunca conheceram o Corto Maltese delas. Coitadas". É horrível, não se deve pensar isto.
E porém, há aqui outra questão - se o casamento já é o pior de todos os mundos, à excepção de todos os outros, o que será a pessoa estar casada (entenda-se: numa relação empenhada) com mais do que uma pessoa? Deve ser uma trabalheira inimaginável. Não compreendo porque é que alguém há de querer isto. Mas, pelos vistos, funciona para certas pessoas, que dizem que assim obtêm o dobro do amor de uma relação normal. Pois é, mas o dobro da trabalheira também, além de que, se os dois membros do casal tiverem mais do que um companheiro, e estes companheiros, por sua vez, tiverem outros companheiros, é uma salganhada que ninguém se entende. Mas, para certas pessoas, parece que resulta, e ainda bem.
Há que respeitar a opção de cada. Cada um é como cada qual, lá diz a língua portuguesa, e isto o Acordo não pode mudar. 

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