Chega-se a um ponto em que só apetece mandar um grito.
O meu grito seria certamente diferente dos gritos que aparecem no vídeo abaixo. Há, neste documentário, uma cena horrível em que uma das vítimas da doença de Minamata agarra pelo colarinho o patrão da fábrica que poluiu durante anos as águas em que se pescava, e grita com ele, grita, grita, diz que perdeu os pais, que o irmão é deficiente e que as pessoas se riem dele, e grita e grita, e o homem a olhar para o ar, a olhar para todo o lado menos para ela.
Minamata, The Victims and Their World, de Noriaki Tsuchimoto. Descobri-o há um ou dois meses e voltei a lembrar-me dele hoje. Nem sei porquê, mas deve ser porque, felizmente por razões diferentes, me apetece gritar e é o grito dela que me tem vindo à cabeça.
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