Se há coisa de que eu gosto, é daquelas pessoas que sabem sempre tudo, inclusivamente o que é melhor para nós. É uma idiossincrasia minha, gosto, pronto. E aprecio aquele instinto quase maternal, ou paternal, que elas têm, dizendo, "se queres um conselho, não te candidates ao emprego tal, que não vais a lado nenhum", ou "se comprares casa no sítio x, estás a comprar mal, vais arrepender-te", e assim e assado.
Têm opinião sobre tudo. É outra coisa de que eu realmente gosto, pessoas com opinião sobre tudo. Desde sapatos a vestidos e verniz para as unhas e cabeleireiros, passando pelo preenchimento do IRS, ginásios onde compensa ir e em que horário, coisas que se devem ou não comprar no Pingo Doce,até chegar a tarifários de telemóvel, há gente que sabe sempre tudo e, por consequência, partilham connosco a sua dota opinião, em particular - e isto é importante - se a gente nunca a pediu. Penso que o facto de não pedirmos opinião é, aqui,um factor de grande importância - estas pessoas sabedouras dão a sua opinião na razão inversa às solicitações que recebem, isto é, quando menos pedimos, mais opiniões recebemos. Isto é de uma caridade exemplar.
Por acaso lembrei-me disto porque me estava a lembrar de uma das universidades que frequentei. Antes de ir para lá, disseram-me, "Rita, aproveita bem. Essa universidade é das melhores".
Eu mal conhecia esta pessoa. Esta pessoa, que me disse isto, mal conhecia a universidade para onde eu ia. E, no entanto, sentiu esta necessidade gira de me aconselhar a "aproveitar" bem. Que faria eu se ela não me tivesse dito para aproveitar bem porque a universidade era das melhores? Certamente chumbava tudo, andava para aí perdida e drogada, ao invés de ter a vida que tenho agora que, realmente, sim senhora, também deve ser "das melhores", especialmente a atentar no meu saldo bancário, sempre tão saudável. Nem a crise o abala.
Isto tudo para dizer que as pessoas que sabem sempre tudo nunca sabem nada, são normalmente parvas e deviam perceber que o mundo não quer nem precisa da sua vã glória de mandar.
E com isto me calo.
Por acaso lembrei-me disto porque me estava a lembrar de uma das universidades que frequentei. Antes de ir para lá, disseram-me, "Rita, aproveita bem. Essa universidade é das melhores".
Eu mal conhecia esta pessoa. Esta pessoa, que me disse isto, mal conhecia a universidade para onde eu ia. E, no entanto, sentiu esta necessidade gira de me aconselhar a "aproveitar" bem. Que faria eu se ela não me tivesse dito para aproveitar bem porque a universidade era das melhores? Certamente chumbava tudo, andava para aí perdida e drogada, ao invés de ter a vida que tenho agora que, realmente, sim senhora, também deve ser "das melhores", especialmente a atentar no meu saldo bancário, sempre tão saudável. Nem a crise o abala.
Isto tudo para dizer que as pessoas que sabem sempre tudo nunca sabem nada, são normalmente parvas e deviam perceber que o mundo não quer nem precisa da sua vã glória de mandar.
E com isto me calo.
1 comentário:
Haverá sempre quem tenha algo a dizer, a opinar... beijoca
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