Ora, ouvi dizer que Ethan Hawke, Julie Delpy e Richard Linklater estão em conversações para realizar a sequela de Before Sunset. Espero bem que se despachem.
Eu gostei muito, mas mesmo muito, do Before Sunrise, porque era pouco mais nova do que as personagens quando vi o filme e portanto identifiquei-me muito com o que diziam e com a história em si. Amores à distância sempre me atraíram, e nunca consegui ultrapassar o facto de, parvamente, Jesse e Celine não terem trocado moradas nem números de telefone nem...? Hã? Estavam a pensar em quê? Foi bem feita terem de esperar nove anos para se encontrarem novamente.
Também gostei muito, mas mesmo muito, de Before Sunset, porque era pouco mais nova do que as personagens quando vi o filme e portanto identifiquei-me muito com o que diziam e com a história em si. A noção de que é preciso trabalhar para tudo na vida, até para mantermos as pessoas de quem gostamos perto de nós, sempre fez muito sentido para mim, e nunca consegui ultrapassar o facto de, parvamente, Jesse e Celine terem passado o filme todo a falar e a trocar impressões sobre coisas vagas quando é tão óbvio que, ponto um, o que Jesse tem a fazer é divorciar-se e ficar com a Celine, ponto dois, o que Celine tem a fazer é dizer a Jesse que gosta dele e que quer que ele se mude para Paris. Ou vai ela para os States, já que o Jesse tem um filho pequeno, se calhar é mais fácil assim.
Às vezes perdemos muitas oportunidades na vida e ficamos a pensar, ah, que parva que eu fui em não ter aproveitado isto ou aquilo melhor, este ou aquele emprego, o curso, porque é que não fiz uma pós-graduação, porque é que não concorri a não sei onde quando ainda era nova e etc. e etc. Já não há nada que possamos fazer e ficamos carcomidos por dentro devido a estas coisas parvas, externas, que não podemos mudar. Com as pessoas é um bocadinho assim, há pessoas que passam por nós e não aproveitamos quando devíamos aproveitar. No entanto, a vantagem das pessoas é que podemos sempre telefonar-lhes, mandar-lhes um email, combinar um cafezinho, e quando estivermos a tomar esse cafezinho temos de aproveitar e de lhes dizer o que realmente queremos dizer, "olha, tu para mim és o Corto Maltese", por exemplo.
Deixamos as pessoas passar por nós porque às vezes achamos que é tudo muito difícil e complicado e que não vale a pena. Foi o que aconteceu ao Jesse e à Celine e perderam nove anos. Tudo bem que são personagens ficcionais, mas são ilustrativas dos erros parvos que às vezes cometemos porque a "convenção" diz-nos que uma coisa não vai resultar só porque há distância e milhares de quilómetros no meio.
O que a gente não sabe nem pode saber na altura é que resulta, sim. Resulta, resulta e resulta. E se pensarmos assim, resulta mesmo (parece que li aquele livro que é o Segredo, não é? Mas não, realmente não li. Consigo escrever posts deste calibre elevadíssimo mesmo sem ler livros de igual calibre elevadíssimo.).
9 comentários:
Também adoro os filmes =)
Mas sabes o que doi? Quando tu agarras, e a pessoa não (e não é por não sentir o mesmo...)
Ora aqui está a melhor notícia do ano, até agora! Vai haver outro filme deles? Fantástico. Adorei ambos os filmes, sobretudo do primeiro, e quero ansiosamente saber o que é que agora aconteceu àqueles dois.
Minhas senhoras espero que tenham também visto 2 Days in Paris.
Se não viram façam o que o post manda fazer, agarrem-no.
Fado, a única coisa em comum entre esse e os dois filmes referidos no post é a Julie Delpy. De resto, 10 a Zero (ganham os "Before...", claro).
(Já agora, Rita, subscrevo cada palavra).
Não vi o 2 Days in Paris até ao fim. Achei alguma piada ao que vim, mas os outros, os Before, são mais fofinhos. E depois têm duas grandes mais-valias, que se calhar o Fado não estava a contabilizar: Ethan Hawke e Ethan Hawke. :)
Ahahah, Rita, nem mais! :-)
Naughty girls!
bom post
Um mimo esses filmes, um mimo, apesar de eu não os ter visto na altura certa. Nunca me fiquei na hora de agarrar quem valia a pena ser agarrado (até quem não valia) mas profissionalmente tantas vezes penso, que parva, que parva, por que é que não fizeste isto ou aquilo, por que é que deixaste passar esta oportunidade ou aquele comboio. E o que ando a tentar fazer agora, de certa maneira, é correr atrás do prejuízo.
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