Ando a ler coisas na net sobre a lei da cópia privada e essa coisa abjecta que é a Acta.
Tudo uma latrina.
A minha opinião não é muito diferente da maior parte dos textos que tenho encontrado sobre estes tristes assuntos, e o meu próprio texto também não será muito diferente, portanto não precisam de ler.
A minha pergunta é, há alguma banda que tenha ido à falência por causa da internet e dos downloads ilegais? Pelo contrário, ouço falar é de bandas que usam a internet de forma inteligente para auto-promoção, dispensando assim as grandes editoras. Se a resposta destas últimas é propor e/ou apoiar mais impostos e legislação ao nível da Acta, em vez de repensar o seu papel, tenho muita pena. Não é assim que se travam os downloads ilegais que tanta diferença lhes fazem na carteira.
Quando os Metallica intervieram para fechar o Napster, fiquei indignada e nauseada de tal modo que ainda hoje não consigo nem vê-los. Nunca pagaria um CD deles, nunca pagaria um concerto, nunca sequer iria a um concerto destes senhores mesmo que o bilhete fosse oferecido. É que nem de graça os quero ouvir ou ver depois do que fizeram. Uns tipos que ganharam milhões e que continuam a ganhar milhões querem fechar a Napster porquê?!
Não discuto a ilegalidade de sites dos quais o Napster foi percursor, mas estes sites também contribuem para promover bandas e material criativo, e porque não pensar em soluções legais, que façam as pessoas pagar um preço justo, para que todos possamos continuar a apreciar boa música? Faz algum sentido sequer considerar em, sei lá, eliminar o YouTube, por exemplo?
Se calhar, o que é preciso aceitar, principalmente "no que concerne" a editoras, é que os milhões de antigamente já não são gerados de forma tão fácil. A internet permite que cada indivíduo partilhe a sua criatividade, com mais ou menos sucesso. Porque é que eu hei-de contribuir para que uma miúdeca loura vinda de uma qualquer sarjeta, com um palmo de cara e garganta à Celine Dion (às vezes nem isso), que vai para os concertos fazer playback, enriqueça de forma desproporcional ao trabalho que faz? Posso encontrar música bem mais gira e de mais qualidade na net, produzida por músicos com muito mais talento e de forma muito mais barata (nem sempre, porém - afinal, a net também contribuiu para lançar a Ana Free. Só me faltava agora ter de pagar imposto para ter de a ouvir. Preferia pagar imposto para o José Cid. Não que a Ana Free seja horrível, coitada da miúda, e além disso tem muita iniciativa, mas enfim, não sou fã).
Como dizia o Darwin, adapta-te ou morre (acho que foi o Darwin que disse, já nem sei). Há com certeza, e de certeza formas mais criativas e justas de combater a pirataria do que impostos irrazoáveis e atentados à democracia como é o caso da Acta.
É assim tão difícil de compreender? Afinal, para que é que os países democráticos têm representantes eleitos? É para dar dinheiro aos senhores ou para velar pelos interesses da arraia-miúda, lá dizia o Fernão Lopes?
Pela arraia-miúda é que não é, como tristemente já se constatou até à exaustão.
Desculpem o desabafo atabalhoado.
Adenda: esqueci-me de dizer que, quanto a filmes, talvez descer o preço dos DVDs a 20E seja boa ideia. Era um sinal positivo para motivar as pessoas a comprar cópias legais. Investir em extras decentes em DVDs também seria bom, não extras da treta que a gente já sabe que não vai ver. Melhorar a distribuição mundial dos filmes também seria positivo - quando um filme sai em DVD nos EUA, por exemplo, e ainda não chegou às salas na Europa, e em certos casos nunca chega, está-se à espera concretamente de quê?
Motivar as pessoas a ir às salas de cinema também seria positivo, embora quem gosta a sério de cinema vá às salas de qualquer maneira. Eu deixei de poder ir tão frequentemente como desejaria, e sinto umas saudades terríveis. Compenso ao ver filmes em casa, mas não é a mesma casa. Legal ou ilegalmente.
Também não era má ideia respeitar o facto de a cópia digital também ser paga, portanto não faz sentido andar a dificultar a vida às pessoas que compram música no itunes quando querem partilhar a música que compram privadamente (não estamos a falar de vender ilegalmente). Quando é tão mais fácil fazer download do mp3 ou filme, ver quando quiser, dar aos meus amigos e familia,ao invés de estar a gastar dinheiro numa cópia legal que me dificulta a vida, a que propósito é que se espera que as pessoas gastem dinheiro?! Ultrapassa-me.
Adenda: esqueci-me de dizer que, quanto a filmes, talvez descer o preço dos DVDs a 20E seja boa ideia. Era um sinal positivo para motivar as pessoas a comprar cópias legais. Investir em extras decentes em DVDs também seria bom, não extras da treta que a gente já sabe que não vai ver. Melhorar a distribuição mundial dos filmes também seria positivo - quando um filme sai em DVD nos EUA, por exemplo, e ainda não chegou às salas na Europa, e em certos casos nunca chega, está-se à espera concretamente de quê?
Motivar as pessoas a ir às salas de cinema também seria positivo, embora quem gosta a sério de cinema vá às salas de qualquer maneira. Eu deixei de poder ir tão frequentemente como desejaria, e sinto umas saudades terríveis. Compenso ao ver filmes em casa, mas não é a mesma casa. Legal ou ilegalmente.
Também não era má ideia respeitar o facto de a cópia digital também ser paga, portanto não faz sentido andar a dificultar a vida às pessoas que compram música no itunes quando querem partilhar a música que compram privadamente (não estamos a falar de vender ilegalmente). Quando é tão mais fácil fazer download do mp3 ou filme, ver quando quiser, dar aos meus amigos e familia,ao invés de estar a gastar dinheiro numa cópia legal que me dificulta a vida, a que propósito é que se espera que as pessoas gastem dinheiro?! Ultrapassa-me.
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