Pois é, venho por este meio dizer que fico muito contente por saber que nem tudo está podre no reino da Dinamarca, aka Portugal, e que há coisas que se passam cá que são de uma civilização tal que não podemos deixar de nos comprazer com isso.
E refiro-me concretamente a uma instituiçãozinha da máxima importância: Lusocord. O banco público de sangue de cordão umbilical, preparado para fazer a recolha em todos os hospitais do país, gratuitamente, e que desenvolve investigação em células estaminais para, esperançosamente, salvar vidas. Comparemos esta elegante situação com a pobrezinha Inglaterra, que tem umas recolhazitas que não se alargam, nem de perto nem de longe, a todos os hospitais do país. Se nós conseguimos, não se percebe como é que eles não conseguem. Mas enfim, isso são assuntos lá deles, "para inglês ver", como muito bem se aplica aqui. Ah, ah. Não resisti à piadola.
A única coisa que me custa nisto tudo é ver, em hospitais e centros de saúde públicos, publicidade a empresas de recolha privadas, que pedem milhares de euros por uma "seguro de vida" que tem 0,03% de probabibilidades de sucesso (não sei se os números são estes, sei que são efectivamente muito baixos), enquanto que o trabalho do digníssimo Lusocord passa quase alegremente (tristemente) despercebido. É claro que toda a gente diz "ah, mas qualquer probabilidade é uma possibilidade!", e tal e tal, e com certeza que sim, mas a verdade é que vejo nestas empresas mais ganância e vontade de fazer dinheiro do que vontade de salvar vidas. O Lusocord tem as células à disposição de quem delas precisa e consequentemente, quanto a mim, a doação ao Lusocord é a opção que faz sentido. Mas enfim, cada um é como cada qual e não se pode brincar nem minimizar as vulnerabilidades, receios e sensibilidades de cada mãe e pai. Que façam aquilo que a consciência dita.
A minha dita o Lusocord.
Era só isto.
Sem comentários:
Enviar um comentário