terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Montejunto

No cimo de Montejunto, há uma eremida em ruínas e um convento com uma arquitectura muito bonita, quase parece uma cisterna abandonada, colunas simétricas, ângulos ordenados, conhecem?, e também há uma capela bonita, pelo menos por fora, e ouve-se o vento de tal forma que começamos a ter uma ideia do que Emily Bronte terá pensado quando escolheu o título para o seu livro, e do cimo de Montejunto só se vê céu e muita terra por ali espraiada, quer dizer, também se vêem as antenas enormes de televisão, agora já percebo quando era pequena e ouvia coisas sobre o sinal ou a emissão que vinha de Montejunto, e enfim, as antenas não são bonitas, mas tudo o resto é tão bonito que as antenas não o conseguem estragar.
E o que se pensa no cimo de Montejunto é que nunca ninguém ali vai acima (sim, "nunca ninguém", porque "duplas negativas", de que eu agora ouço falar muito, só se aplicam ao inglês, e a língua portuguesa pode abusar delas à vontade, ok? Porque é que eu hei-de dizer "nunca alguém"? "Nunca ninguém" é bem mais bonito e sonante, com a aliteraçãozinha do "n").
Continuando. Ponham um telhadinho na eremida em ruínas, já agora água canalizada e electricidade, e eu vivia lá bem.

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