Alguns excertos da entrevista com a autora, publicada no Expresso:
Pergunta: Este romance é narrado por um rapazinho de cinco anos. Foi difícil encontrar o tom certo, a voz ideal para o Jack?
Resposta: Para ser sincera, não foi nada difícil. O meu filho tinha cinco anos na altura e pedi-lhe emprestada muita coisa. (...)
Pergunta: A sensação com que se fica, ao longo do livro, é que o texto não foi escrito por um adulto que finge ser uma criança, mas por uma criança capaz de contar uma história terrível (...) O que é que sacrificou para chegar a esta nova linguagem? Teve de abdicar do seu estilo?
Resposta: Felizmente, eu não tenho um estilo de escrita. (...)
Se calhar, o livro é mesmo bom, e eu estou a perder uma coisa imensa.
Quando as pessoas descrevem aquilo que fazem como "fácil", fico sempre com a sensação de que lhes está a falhar qualquer coisa. O caso agrava-se quando há crianças à mistura - Picasso dizia que queria recuperar a expressividade dos desenhos das crianças, e como isso era tão difícil.
Mas pelos vistos é fácil, especialmente quando não se tem um estilo pessoal. O problema do Picasso era esse, tinha estilo a mais. Nunca se lembrou de ter menos estilo e assim resolver uma data de problemas.
Bom. A não ler, é a minha conclusão.
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