Só para dizer que houve um membro do júri do Man Booker que se despediu porque o prémio foi para o Philip Roth.
Este membro do júri era uma senhora e explica a decisão dela aqui.
Resta saber se a tal senhora terá razão ou não, isto é, se Roth resistirá ao tempo, tornando-se imortal, como a maior parte dos homens que eu conheço acha, ou se é efémero, como a Carmen Callil pensa que ele é.
O Roth irrita um bocado as pessoas. Há escritores e artistas assim, que atraem atenções a torto e a direito, tem graça. Entre eles, há aqueles que são irritantes, exibicionistas, e mesmo assim imensamente talentosos, de modo que permanecem no tempo (ie Truman Capote - só um exemplozito, porque todos sabemos que o Truman gostava do espalhafato, e ainda bem); e há os irritantes, exibicionistas e absolutamente medíocres, que atraem as atenções dos media durante 15 minutos e depois desvanecem-se no esquecimento. É o caso de artistas como Damien Hirst, por exemplo (isto na minha opinião, claro) ou de escritores como Michael Cunningham (quem? Já nem me lembro quem é este). E talvez seja, até, o caso de Jonathan Franzen, de quem eu gosto muitíssimo e que tem, indubitavelmente, talento - mas, não sei porquê, não sei se Franzen é material para o cânone. Não sei, tenho uma incómoda sensação sobre ele, às vezes.
Bom. Era só isto. Uma boa noite e boa sorte.
2 comentários:
(é giro, o títalo diz bi-atch e a verificação de palavras aqui do coment era woree :D
Concordo com a senhora na sua crítica ao Roth. Acho o Roth bom, até pode ser um dos melhores vivos (god I hope not...) mas banal e repetitivo. Acho que as suas subversões e irreverências são profundamente mainstream e atrasadas relativamente ao trabalho de outros artistas contemporâneos (o nome Ricky Gervais vem-me sempre à cabeça como um artista bem mais interessante que o Roth). Isso talvez aconteça porque o Roth se repete um bocado e talvez tenha havido um tempo em que o que ele dizia era novo, podia estar mais em bruto, mas era 'mais novo'. Não sei. O que é certo é que fica a milhas do Capote ou de Hemingway. Gostei da crítica da senhora, do limite ao próprio universo e vou pensar nisso.
A propósito *cof cof* mandei-lhe um mail aqui há tempos *cof cof* em resposta a um seu mail sobre um estudo *cof* e vinha com um atach... Eu dou-te chocolates Rita, muitos chocolates (sem laranja).
Considerando que a nossa correspondência já anda mais adiantada, fico então à espera do chocolatinho sem laranja. Mas pode ser com: banana, chantilly, canela, Earl Grey.
Bem haja. :D
E olhe, aproveito para dizer que de Roth só li o Dying Animal, sobre o qual já trocámos impressões; adianto também que em breve vou começar a Conspiração contra a América e, se o engenho e a arte ajudarem, depois vou escrever sobre isso.
Enviar um comentário