sábado, 1 de agosto de 2009

He's my man


E pronto, acabou a minha contagem decrescente, com toda a glória e pompa, porque ontem fui finalmente ver o grande Leonard Cohen no Atlântico. Queria deixar, ainda na ressaca de o ter visto ao vivo, as seguintes notas:
- Cohen, visivelmente frágil e envelhecido, tocou três horas (três), das 21h às 0h, com um intervalo de 15 mins (? - não me lembro exactamente). Cantou impecavelmente. A voz permanece dura e profunda, irrepreensível, indiferente ao envelhecer do trovador. Um fartote, uma beleza, pagou e recompensou o dinheirinho do bilhete.
- Fundamentalmente um poeta, Leonard cantou e falou com o público, num espectáculo muitíssimo bem organizado e preparado, com grandes músicos, mas ao qual, como seria de esperar, faltou o intimismo. O Atlântico é uma sala enorme, e a sensação de que se estava a ver um espectáculo algo formatado foi mais ou menos óbvia (muito parecido com o concerto de Londres do ano passado, em CD; ao que parece, também quase igual ao de Lisboa do ano passado, a que não assisti).
- grandes músicos a acompanhar o grande Cohen, verdadeiramente excelentes
- Famous Blue Raincoat, Famous Blue Raincoat, Famous Blue Raincoat! (não estava à espera que cantasse, mas cantou, num dos encores - oh meu Deus, oh meu Deus, que beleza assustadora).
- o artista é, de facto, um grande, imenso artista.
- um dos meus sonhos musicais está já concretizado - já vi o grande Cohen ao vivo. Visto que o outro sonho musical que eu acalentava era ver Beatles ao vivo, e uma vez que isso nunca foi possível, terei, rapidamente, de encontrar outro objectivo.
- grande L. Cohen.

3 comentários:

Jéssica B. disse...

Eu adoro o seu blog!

Paulo disse...

O concerto do ano passado em Lisboa foi um pouco diferente do deste ano, sobretudo por uma presença menor de algumas das velhinhas canções do grande Cohen acústico: o referido Famous Blue Raincoat; Partizan; creio que também o So Long Marianne. Outra diferença foi Shannon Robinson que cantou integralmente Boogie St (em Algés cantaram-na em conjunto).
A sala, concordo, é péssima para este género de concertos, mas o conforto foi outro, em relação ao ano passado. Por outro lado, em Algés "sofreu-se" em pé mas a redenção soube ainda mais a mel. Quem lá estava queria realmente ouvir, ver e sentir a música e a presença de Cohen. Este ano não gostei de ver vendedores e compradores de pipocas e de cerveja, como se estivessem numa sala lusomundo para verem o Harry Potter.

Quanto a novos objectivos, recomendo Anthony and the Johnsons.

Rita F. disse...

Jessica, obrigada e visita quando quiseres.

Paulo, obrigada pelo comentario tao informativo. Saber que Partisan e Raincoat foram os "bonus" deste ano compensa, e muito, ter ido ao Atlantico. Quanto a Antony, gosto de ouvir aquela voz de fada, e de facto podera ser um novo objectivo, mas ainda nao me convence totalmente, totalmente. Vou continuar a procurar, como diria um outro grande Antonio,mais portugues.