Escreveu Dorothy Parker: "I like to have a Martini, two at the very most; three, I'm under the table, four I'm under my host."
Beber é bom, como a Dorothy com certeza que sabia. A pessoa fica tonta, vomita se for preciso, mas de repente o mundo torna-se colorido, ambíguo, ondulante, cócegas no estômago, uma imensa vontade de rir, uma sensação ardente e quentinha por onde passa o álcool, um verdadeiro conforto, e tudo é tão maravilhosamente insignificante. O melhor da bebida é mesmo isso, a redução de tudo o que nos rodeia a uma esplêndida insignificância em que nada interessa, o que nós somos, o que os outros são, o que o mundo é ou deixou de ser. É o maravilhoso mundo novo do olvido em que se faz tudo o que se quer e onde não há consequências, porque o dia seguinte não existe.
Há muito tempo que isto não me acontece. Mas a última vez em que me aconteceu foi magnífica. As maravilhas que faz o gin tónico a bater leve, levemente. Há quanto tempo o não vejo. E que saudades, Deus meu.
2 comentários:
tão bom! voto nisso! ;)
vê se deixas o álcool, tá? E escreve-me...bj
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