Comprar um bilhete de avião na British Airways é uma experiência interessantíssima, de grande interesse sociológico.
Ao contrário da TAP ou doutra companhia aérea qualquer, a BA faz questão de tratar o cliente como ele deve ser tratado, atribuindo-lhe a correctíssima forma de tratamento que ele merece. Assim, quando chegamos àquela parte da identificação, escrever o nome, número de passaporte e etc., temos à nossa disposição uma lista infindável de retumbantes títulos: além dos vulgares "Miss", "Mrs" ou o democrático "Ms", ainda temos opções como baronesa, condessa, viscondessa, lady, dame (e respectivos equivalentes masculinos) e quejandos - confirmar aqui, na entrada "Title". Todo um mundo de aristocracia e hierarquia por onde escolher, que efectivamente distingue a British Airways das outras companhiazecas que tratam toda a gente tu-cá-tu-lá, como se fôssemos todos iguais. Francamente.
Mas a BA não se fica por aqui, não. A BA sabe que os seus clientes distintos têm igualmente filhos distintos, de modo que, quando se compra um bilhete de avião para uma criança, há que distinguir entre "miss" ou o encantador (e isto mata-me, sinceramente) "mstr" - "master", para os queridos varões perpetuadores do imenso brasão que cada família que voa com a BA certamente detém.
Cada macaco no seu galho, e a BA está bem ciente disto. Quem me dera que fosse sempre asssim, para que o mundo voltasse à ordem primordial de onde nunca deveria ter saído.
Porém, há que admitir que a British Airways faz anúncios muito bonitos, como este antiguinho que deixo aqui em baixo e que me lembro de ver em pequena. Há que domesticar o indígena desde tenra idade.
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