sexta-feira, 15 de junho de 2012

Dois temazitos que andei a evitar, mas que agora discuto e não volto a falar disto. Bem haja pela atençãozinha.

Bom. Tenho evitado estes assuntos, mas hoje vou mesmo falar deles, porque há certas opiniões que me perturbam.
O primeiro tema é a amamentação. Esta capa da Time gera converseta, polémica, ai que nojo, dizem uns, ai que formidável, dizem outros. É espúrio defender tanto uma coisa como outra. A questão da amamentação, a haver sequer questão, é para ser resolvida pela mãe, que se quiser (nem sequer é se puder - se quiser) amamenta; se não quiser, não amamenta. A não ser que haja um problema de saúde grave que precise de intervenção médica, não me parece que sequer os médicos possam tomar esta decisão. A mãe informa-se, pesa vantagens e desvantagens e, acima de tudo de acordo com a sua sensibilidade, decide.
É evidente que hoje em dia qualquer pai e mãe são bombardeados com a longa lista de benefícios que a amamentação produz no bebé. Óptimo. Mas o âmago da questão é sempre o mesmo - se a mãe não quiser, porque não pode ou porque pura e simplesmente não lhe apetece, não amamenta, ponto final. Sabemos de muita gente que nunca foi amamentada e que hoje em dia são indivíduos vigorosos, inteligentes, nem uma constipação apanham, portanto não há que recear.
O acto de amamentar, ou não, parece-me simples de resolver, e por isso a verborreia associada a este tema perturba-me um tanto ou quanto. Perturbam-me as pessoas que defendem que todas as mulheres devem amamentar, como me perturbam ainda mais as pessoas que se incomodam muito ao ver mães a amamentar em locais públicos. Vivemos em sociedade e, apesar de todos os pós modernos, continuamos a ser mamíferos. Aprendam a viver com isso.
O segundo tema é a questiúncula (porque me parece uma questiúncula) acerca de ter ou não ter filhos. Agora vêm-se por aí uns artigos, alguns com mais sustentação intelectual, outros um chorrilho de disparates quase chocante, sobre as pobres criancinhas e se estas devem ou não vir ao mundo. Sim, a população crescente do planeta é um problema, os recursos são limitados, e há que pensar nestas coisas. Mas, na ordem natural das coisas, a reprodução é necessária à espécie humana - também é um facto. Deste modo, enquanto uns quiserem e tiverem filhos, sendo contrabalançados pelas pessoas que não querem nem têm, está tudo bem. Quem quer tem, quem não quer não tem. Porém, e da mesma forma que me parece injusto criticar quem quer que seja por não ter filhos (principalmente mulheres, que se anunciam que não querem ser mães são quase apunhaladas pelo olhar de estranheza dos outros), também me parece um tanto ou quanto grotesco criticar quem quer ter. Estamos a falar de bebés, de crianças, seres humanos com tanto, ou mais, direito ao mundo que os adultos. Mais uma vez, esquecer os pós modernos por um tempinho e voltar a certas regras básicas da natureza - certas pessoas têm filhos, da mesma forma que certos animais têm crias. Ponto.
Quem não quer ter filhos, seja por que razão for (é verdade que as crianças conseguem ser uma grande seca; percebo perfeitamente quem não os quiser aturar), tudo bem também. Presta o seu serviço à sociedade ao evitar ser um mau pai, ao passo que quem tem filhos presta serviço ao ser boa mãe e bom pai (maus pais e más mães não prestam serviço nenhum, a meu ver). 
E assim é. Cessem do Grego e do Troiano, que estas questões estão resolvidas.

3 comentários:

Izzie disse...

As pessoas têm uma dificuldade inata em lidar com as escolhas alheias, sem teorizar e massacrar aos molhos. Cada um faz como bem entende e pronto, qual é a polémica?

Carla disse...

Eu ADORO quando dizem que quem não quer ter filhos está a ser egoísta!
Fico furibunda!!!

Carla R. disse...

Gostei particularmente da frase final.
O que me custa, o que me custa mesmo muito do coração, são todas as polémicas que pensamos terem sido discutidas, debatidas à exaustão e, por isso, julgamos devidamente arquiadavas, e depois, varummm, tudo outra vez do inicio, como se de nada fosse.
Por isso, é que deixei de jogar no monopoly, uma vez, duas, regressar à casa de partida, tudo bem, mas a partir de três, passa-se muito bem a outra coisa.